O Dia das Mães de 2020 será mesmo diferente. Para aqueles que não moram com os pais, a
data está se caracterizando como sinônimo de saudade, distância e certa nostalgia. Já entre os que estão com suas mães em casa,
a sensação é de união e gratidão. E como está a relação de consumo para a segunda data mais importante no calendário do varejo? A resposta a essa pergunta é revelada no estudo “Consumo
no Dia das Mães em Tempos de Quarentena“, realizado pela HSR Specialist Researchers, que mostra
que apenas um em cada dez entrevistados já tinha comprado o presente na semana anterior ao
Dia das Mães.
Segundo o estudo, que indica o comportamento dos consumidores em meio ao
distanciamento social, ouvindo mães e filhos, 20% dos entrevistados adotarão o delivery para a entrega e somente
25% dos entrevistados lembraram de ter visto propaganda na TV ou na internet sobre a data,
incluindo promoções, produtos especiais etc. Além disso, cinco em cada dez pessoas declararam que
ainda devem realizar a compra de presentes, mas considerando os prazos de entrega dos
sites, existe grande chance de não serem entregues a
tempo.
“O Dia das Mães sempre trouxe a
lembrança de família toda reunida. Já este ano, vários entrevistados nem
lembravam que a data está chegando. Para muitos, não está
acontecendo qualquer coisa, assim como passou a
Páscoa, que nem foi percebida. Esse efeito de não viver o Dia das Mães também é
influenciado pela falta de oportunidades de serem impactados por mídias outdoor e vitrines de lojas, por exemplo, ou mesmo campanhas na TV – tão fortes no período em anos
anteriores”, explica Valéria Rodrigues, sócia-diretora da HSR.
Após ouvir cerca de mil pessoas em todo o território nacional, por meio de painel online, entre
28 de abril e 2 de maio, o levantamento aponta O Boticário, Vivo e
Natura como as marcas mais lembradas e, no caso dos varejistas, se destacaram Magazine Luiza, Lojas Americanas, Casas Bahia, Renner e
Riachuelo. Os produtos mais comprados são, na ordem, perfumes, itens de vestuário,
eletroeletrônicos/eletrodomésticos, chocolates e celulares. O gasto médio é de R﹩ 260, valor igual ou inferior ao
despendido em 2019 por 60% dos entrevistados.
A quarentena tem sido um período de extrema sobrecarga, com as pessoas
absorvendo toda a rotina da casa e da escola dos filhos, além do trabalho. Para as mães entrevistadas, o grande presente, passando o isolamento social,
será um tempo para elas. “Este pode ser um caminho a ser explorado pelas marcas na retomada”, defende a
diretora.
Virtual agora, presencial depois – O estudo mostra que 40% dos entrevistados moram com suas
mães. Entre os que moram em casas diferentes, 54% pretendem organizar chats online. Com o
distanciamento social, o jeito é utilizar aplicativos que possibilitam estarem juntos.
“A suspensão do Dia das Mães de 2020, associado ao sentimento de saudade e preocupação com saúde, pode nos trazer uma oportunidade
de reencontros pós-quarentena. Nesse cenário, o levantamento indica
que reencontros para presentear e celebrar a vida acontecerão somente a
partir de junho”, afirma Valéria.
Período de reflexão –
Atualmente, as relações com as mães parecem ser ressignificadas e valorizadas. Jovens, que ora vivenciavam rotina
distante e corrida, acabaram compelidos a rever comportamentos para garantir convivência mais
harmônica, pois não há outra opção. Já os maduros, que não moram com os pais, passaram a ligar
com maior frequência e usar principalmente as redes sociais e ferramentas de mensagens
instantâneas.
O levantamento também apurou, entre as mães,
que o desejo de usufruir mais tempo com as crianças encontrou espaço com a quarentena, bem como o
resgate de alguns hábitos, como cozinhar. Muitas delas afirmaram que até gostaram de cozinhar para a família, mas não querem que isso seja uma obrigação. Além disso, apontam que fazer a
tarefa escolar e estudar com as crianças têm sido uma boa forma de atingir uma meta
que tinham para este ano, que era a de melhorar a relação com os
filhos e de se conectar mais a eles.
“As pessoas ouvidas gostariam de dar o recado
às mães para que elas se cuidem, não saiam de casa, tenham paciência,
que tudo vai passar e, acima de tudo, gostariam de agradecer por
todo amor e dedicação”, conclui Valéria.