Considerada uma das principais ativistas dos direitos negros, a atriz Maria Gal criou, em 2017, a Maria Produtora que produz conteúdo para cinema, televisão, mídias digitais e, hoje é reconhecida como uma das melhores produtoras brasileiras no que se refere a equidade racial e de gênero diante das câmeras e também nos bastidores, contribuindo assim para a indústria audiovisual mais igualitária e com a verdadeira ‘cara do Brasil’. A produtora que até o momento, já fez campanhas para empresas como Intel, Claro, Braskem e Nissan tem no mínimo 56% de colaboradores negros, tanto na equipe quanto no casting. “Lembro muito de 2010, quando ainda produzia apenas para teatro, e em 2017, quando decidi que entraria no mercado audiovisual também como produtora. Participei de um teste, mas ao chegar no final da seleção, o diretor optou pela atriz branca porque, segundo ele, ‘meu tom de pele era menos comercial que o dela, por ser branca’. Do sentimento de raiva e dor, parti para ação e criei a Maria Produtora. E, ainda que, infelizmente, a invisibilidade negra seja muito presente, mostramos por meio desse trabalho com a Intel e Logitech a importância de trazer a voz, o corpo, a criatividade e a inteligência de pessoas negras, na frente e por trás das câmeras”, relembra a atriz que acaba de renovar seu contrato com o SBT, está gravando a série As Seguidoras – parceria do Porta dos Fundos com a Paramount+, o longa metragem Desapega e ainda está desenvolvendo novos projetos na sua produtora.
Nascida na periferia de Salvador, Maria Gal estudou ballet na infância, mas foi no teatro que descobriu sua verdadeira vocação. Com passagens pelo Bando de Teatro Olodum e Viladança, ela atuou na série 3% exibida pela NETFLIX em 192 países, no telefilme A Felicidade de Margot, Entre o Céu e a Terra (série exibida nos países de língua portuguesa), e Stella Models (no Canal Brasil). Na televisão, fez Carandiru, Amor em 4 atos, Carrossel, Gabriela, Conselho Tutelar e outras. Além disso, já ganhou o prêmio de melhor atriz no Madrid International Festival na Espanha e de ser reconhecida com o prêmio Maria Filipa em sua cidade natal, já palestrou para o TEDXSP, WomenWill da Google, SBT sobre diversidade – vidas negras. Palestrou também para o Ministério Público do Trabalho, Flup, Mulheres do Brasil, Fórum Igualdade Racial, entre outros.