Essa semana eu comecei a leitura de um livro chamado “Os Despossuídos”, da autora Ursula K. Le Guin.
É uma história de ficção cientifica, que levanta questionamentos sobre sociedade, existencialismo, poder e sistemas políticos.
Bom, mas o que essa história me trouxe foi uma reflexão sobre como eu tenho um perfil bem pouco competitivo e a forma que esse comportamento direcionou minha carreira justamente para estar escrevendo esse texto nesse momento.
A competição é algo essencial ao ser humano, você somente conseguiu nascer porque disputou com outros 300 milhões de espermatozoides e venceu essa batalha.
Até mesmo os animais precisam competir pela fêmea, pela caça, pela próxima refeição e é assim que foi a nossa evolução como sociedade, somente o primeiro colocado leva o prêmio.
Falando sobre o mundo do trabalho, a revolução tecnológica permitiu uma automação gigantesca nos modelos de trabalhos e milhões de profissionais precisaram se adaptar ou disputar um mercado extremamente competitivo.
É por isso que pessoas realmente competitivas conseguem se dar bem, elas, no geral, são extremamente determinadas e focadas em conquistar seus objetivos.
No entanto, embora a competição possa ser motivadora, em alguns casos, pode limitar a visão e impedir que essas pessoas enxerguem aquilo que o outro competidor poderia agregar, afinal, elas só têm olhos para o objetivo final.
Aqui entra o questionamento que virou alvo da minha reflexão durante essa semana, será que é possível não ser competitivo em uma sociedade que te empurra para a competição todos os dias?
Acho que ao longo de toda minha vida, eu nunca fui um cara que se preocupava em ser o primeiro lugar, mesmo na escola, nunca me interessei por ser o destaque da turma, mas tinha uma coisa que sempre me fascinou, quanto eu conseguia contribuir em ajudar a evolução dos outros.
Eu não vou ser hipócrita e dizer que que ser reconhecido e vencer é algo ruim, faz muito bem para o nosso ego, mas o ponto da minha reflexão é que nunca foi o meu fator motivado para fazer qualquer coisa.
Quando fundei a NOMADZ e comecei a lidar com o universo do empreendedorismo no mercado de comunicação, o baque foi grande, afinal, percebi que estava diante de um meio extremamente competitivo e a palavra cooperação era algo extremamente distante para muitas empresas desse segmento.
Foi necessário me adaptar, entendi que precisaria me tornar pelo menos um pouco mais competitivo para que a agência pudesse sobreviver, não foi uma tarefa fácil não, me trouxe muitas consequências negativas, mas a fagulha do ser cooperativo sempre esteve presente.
Inclusive é uma das premissas que compõe os valores base na nossa relação com os clientes, ser útil e tentar resolver o problema verdadeiramente.
Seja um cliente, parceiro ou fornecedor, tentamos enxergá-lo como parte do processo de existência da NOMADZ, não como uma simples peça que vai nos levar a um resultado.
Então é isso, eu responderia o questionamento desse texto dizendo que temos sim que ser competitivos para sobreviver, no entanto, você sempre pode fazer isso do seu jeito e transformar a competição em algo que dê sentido para seus objetivos de vida.