Por Adilson Batista, fundador da Adbat, consultoria de transformação de negócios, e especialista nas áreas de marketing e inteligência artificial
À medida que as organizações buscam se adaptar às demandas de um mundo cada vez mais hiperconectado, envolto em ambientes digitalizados, a integração da IA (dentro e fora dos escritórios) para garantir a competitividade e a relevância no mercado se tornou uma das principais preocupações em pleno século 21. Afinal, até pouco tempo atrás, o termo inteligência artificial pertencia muito mais ao universo da ficção científica do que ao cotidiano da maioria. No entanto, a realidade atual já escancara uma força transformadora poderosa, especialmente no contexto empresarial.
A era da IA está redefinindo as operações comerciais em todos os setores. Desde a automação de processos até a personalização de experiências do cliente, as máquinas e os algoritmos seguem impulsionando a eficiência e a inovação em um ritmo sem precedentes. Mas como toda transformação traz consigo desafios, em torno desse cenário não seria diferente.
Nesse sentido, elenco três entraves principais que estão se sobressaindo mundo corporativo afora e, antes mesmo de mencioná-los, já proponho uma reflexão: como podemos fazer destes limões uma limonada?
Falta de mão de obra qualificada
Há uma lacuna cada vez maior entre a oferta e a procura quando o assunto se volta a talentos especializados em IA. Atuar com ferramentas de inteligência artificial, que fazem gestão de controle de produção, logística e uma série de outras atividades, requer profissionais qualificados, ou seja, pessoas que sejam treinadas e aprendam a pensar e a usar os recursos em benefício da empresa. Segundo o estudo sobre o Futuro dos Empregos, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, cerca de 23% dos cargos devem se modificar até 2027. Se de um lado, espera-se a criação de 69 milhões de novos postos de trabalhos, do outro, 83 milhões podem ser eliminados.
Custos elevados para pequenas empresas
Para negócios de pequeno porte, o alto custo para aquisição de ferramentas de IA específicas pode colocá-los em desvantagem competitiva em relação a concorrentes maiores. Diferentemente do ChatGPT, que é uma inteligência artificial genérica, tecnologias voltadas a determinado setor geralmente exigem investimentos significativos em hardware, software especializado e pessoal. Além disso, muitas vezes requerem infraestrutura de dados robusta e serviços de nuvem, aumentando ainda mais os investimentos.
Confusão de conceitos
Grande parte dos gestores ainda pensa que a inteligência artificial é algo que foge do escopo da empresa. Mas a verdade é que a IA já está incutida em muitas ferramentas que a mesma companhia utiliza em suas operações diariamente. Trata-se apenas de mais um tipo de abordagem de software e hardware para favorecer processos específicos. Portanto, o desconhecimento sobre o tema é mais um grande desafio que gera confusões, ruído e resistências em muitos casos.
Apesar desses obstáculos (e outros), a integração da IA no mundo dos negócios é sem dúvida extremamente promissora. A tecnologia oferece oportunidades únicas para aumentar a eficiência operacional, melhorar a tomada de decisões e impulsionar a inovação. Empresas que abraçam a IA conseguem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, oferecendo produtos e serviços mais personalizados e adaptados às necessidades de seus clientes.
Preparação para o futuro
Outro ponto importante é que já existe uma tendência forte entre as empresas de software no que diz respeito ao uso da inteligência artificial dentro de suas ferramentas para torná-las mais sofisticadas e poderosas, entregando resultados melhores. Há pouco tempo, o Microsoft Office e Microsoft Teams, por exemplo, eram plataformas muito mais simples do que são hoje. Portanto, tanto pequenas quanto médias e grandes empresas podem achar os melhores caminhos para se transformarem rapidamente no mundo digital, principalmente em meio a plataformas que já estão sendo programadas para gerar fácil integração entre sistemas.
Para maximizar os benefícios em cena, as companhias devem adotar uma abordagem estratégica e holística no momento da implementação. Isso inclui investir em talentos especializados em IA, pesquisar as melhores soluções de acordo com os recursos atuais, estabelecer parcerias com fornecedores de tecnologia confiáveis e investir em programas de capacitação e comunicação para garantir que os colaboradores (e líderes) vejam a IA como uma aliada, não como uma ameaça. Assim, é possível aproveitar todo o potencial em jogo (aproveitando uma deliciosa limonada).
*Adilson Batista é fundador da Adbat, consultoria de transformação de negócios, e especialista nas áreas de marketing e inteligência artificial – e-mail: adilsonbatista@nbpress.com.br.