“Oi, eu quero fazer uma logomarca!”
Eu costumo ouvir bastante a frase acima. É bem comum que as pessoas vinculem marca (brand) a somente um logotipo (ou logomarca). Empreendedores, donos de empresas, profissionais de marketing, designers, publicitários não deveriam, mas muitos estão cometendo esse pequeno deslize. Claro que não é completamente errado dizer isso, mas vamos ver que branding é bem mais profundo do que um “logo”.
O sentido de marcar algo surgiu com a necessidade de determinar propriedade sobre aquela coisa, como marcar gado por exemplo. Em determinado ponto da história, com a expansão da produção e do comércio, marcar englobava não só o sentido de pertencimento, mas também garantia de origem.
A partir daí conhecemos marcas como elas são hoje em sua essência: reputação. Por exemplo: eu fabrico um produto e junto dele está o meu nome, para que você saiba que eu quem produziu e possa confiar na procedência, nos valores que eu acredito e comprar novamente com certeza da minha visão de qualidade para aquela mercadoria.
Parece simples, mas de lá pra cá a produção se massificou, a concorrência aumentou, a reputação, claro, se dividiu e o comportamento das pessoas se tornou completamente diferente. Hoje, graças ao acesso à informação, estamos mais críticos e desconfiados das marcas que compramos. Para sermos conquistados é necessário mais do que só uma boa aparência.
Lembra quando falei no começo desse texto que o conceito de marca é bem mais profundo? Pois então, imagine um iceberg. O que a gente vê só está ali para fora da água porque 80% do bloco de gelo está submerso, fazendo a base e sustentação para o topo visível. Com marcas é a mesma coisa, temos uma parte “submersa” que sustenta tudo o que pode ser visto e sentido.
De forma prática e bem resumida: no topo está a identidade visual (logotipo, tipografia, embalagens, etc.), verbal (tom de voz) e sensorial (como cheiros e sons) e abaixo da superfície temos a plataforma de marca com propósito, posicionamento, estratégia, valores e muitos outros atributos psicológicos que constroem a personalidade da marca.
O processo de construção e manutenção desse iceberg que é a marca é conhecido como branding, ou em uma tradução livre para português gestão de marca.
Por isso, para construir reputação e consequentemente ter maior valor de mercado é muito importante focar no desenvolvimento de uma boa base que respeite o propósito, as verdades, os valores da empresa que definirão o posicionamento de marca e a personalidade que deverá se relacionar e criar laços com as pessoas.
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E você? Já enxergava branding como um processo de gestão completo ou somente como o logotipo? Me conta nos comentários se você já aplica o pesamento no dia a dia da sua marca ou se ficou com alguma dúvida sobre o assunto.
Abraço!
Flavio Torres