Por Karina Rehavia
Não é mais segredo que as estratégias de marketing das empresas, independente do porte, incorporam, cada vez mais, campanhas com influenciadores. Se antes o mercado estava concentrado em parcerias com mega influenciadores, a atualidade destaca a autenticidade dos profissionais de menor porte, conhecidos como nanos e micros. Marcas, como L’oreal, Shein e tantas outras, estão apostando em estratégias inovadoras, que adotam campanhas centradas em comunidades com potencial de alcance de milhões de pessoas a partir de micro e nano influenciadores. Nesse novo paradigma, criadores de conteúdo, alinhados à identidade da marca, são integrados à estratégia de comunicação, gerando não apenas maior engajamento, mas também um poder de conversão amplificado, ao dialogar diretamente com o público-alvo.
Para se ter uma ideia, a Shein Brasil, a partir de um pool de micro e nano influenciadores alcançou 12,3 mil menções, com alcance estimado de 42,7 milhões, obtidos graças a 3 mil influenciadores, que ajudaram a apresentar a marca para suas audiências.
Contudo, surge um desafio premente para as marcas que optam por essa abordagem: como gerenciar campanhas que envolvem centenas de micro e nano influenciadores? Automaticamente, a missão de gerir comunidades passa a ser função da estratégia de marketing. Embora a definição clara dos objetivos da campanha seja crucial, outros passos são igualmente necessários para equilibrar custos e resultados.
Diferentemente das celebridades, cujo foco está na construção de marca e visibilidade, os micro influenciadores atuam de maneira mais orgânica, dirigindo-se diretamente às comunidades que frequentam suas redes sociais. Dados da pesquisa da Klear’s Data Science destacam que, embora as celebridades alcancem um público mais amplo, os perfis menores conseguem estabelecer conexões mais íntimas, incentivando interações mais significativas.
O processo de curadoria, essencialmente conduzido por uma estratégia de social talent, concentra-se na seleção de criadores de conteúdo imersos em comunidades relevantes, identificando aqueles que se alinham às personas desejadas pela marca. Cada vez mais, grandes marcas sentem a necessidade de se buscar dentro do mercado de influência, profissionais atentos às necessidades de uma curadoria alinhada aos valores de sua marca, e nesse contexto, campanhas ficam mais assertivas, entregando exatamente o que a empresa deseja. E nesse processo, a valorização do consumidor não se limita a uma transação comercial, mas se traduz em uma conexão genuína que pode gerar entusiastas da marca.
A inserção, ou o olhar privilegiado de quem participa das comunidades, é crucial para que os objetivos de comunicação fiquem alinhados à influência desejada, oferecendo benefícios significativos, desde a expansão do lifetime value do cliente até o crescimento da reputação da marca. A sutileza na curadoria e gestão de influenciadores dentro do ambiente de uma marca desempenha um papel crucial para um resultado bem sucedido em diferentes comunidades digitais. Uma estratégia de social talent, ao planejar uma curadoria eficiente, deve alinhar a demanda da marca ao contexto da comunidade, oferecendo uma abordagem holística para o desafio de gerenciar múltiplos influenciadores em uma única campanha.
Em última análise, a gestão eficaz de comunidades não apenas fortalece a relação marca-consumidor, mas também revela uma estratégia essencial para o sucesso duradouro das campanhas de influência na era digital. O esforço inicial, obviamente, é maior, mas igualmente proporcional à maior capacidade de gerar engajamento genuíno nas redes sociais.
Karina Rehavia – fundadora e CEO da Ollo e da Social Talent – empreendedora e líder empresarial, possui mais de 20 anos de carreira contribuindo para o desenvolvimento e crescimento de iniciativas empresariais de organizações nas áreas de desenvolvimento de negócios internacionais e gestão e liderança de projetos de grande escala, com vivência no Brasil, EUA, Inglaterra, China e Emirados Árabes Unidos.
