De um lado, 13 milhões de brasileiros desempregados.
De outro, sobram vagas no mercado digital. Segundo o Banco Mundial, há mais de 200 mil vagas abertas neste segmento, sendo 5 mil apenas em startups.
Estima-se que até 2024, pelo menos metade dos 420
mil empregos que devem ser criados em TI podem não ser preenchidos. Isso
porque a quantidade de mão de obra qualificada para esse setor
ainda é muito baixa.
De olho nesse cenário, os amigos de infância
e trabalho Claudio Lensing, João Daniel Duarte, Rafael Torres,
Marcos Moura e Matheus Goyas resolveram fundar, em agosto de 2019, a Trybe, uma escola do futuro voltada para as profissões digitais mais procuradas pelo mercado de trabalho.
“Com um programa de aprendizagem de alta qualidade,
mentorias individuais e muitos desafios práticos, nosso objetivo é
acelerar a carreira da pessoa em desenvolvimento de software em até 12
meses. A ideia é trabalhar ativamente desde o início do programa para
preparar e conectar os alunos com as nossas empresas parceiras”,
explica Goyas, CEO da Trybe.
Empreendedores de segunda viagem, no passado o grupo
fundou a AppProva, startup de educação, que com uma plataforma de
questões e simulados gratuitos ajudou mais de dois milhões de alunos a
se prepararem para o Enem. O AppProva foi adquirido em 2017 pela Somos
Educação e o amigos assumiram diversas funções de liderança na
nova companhia, até saírem para refletir sobre o que seria uma nova jornada e depois de 10 meses começaram a Trybe. Nesse início, a escola contou também com mais oito pessoas, que integraram o
time fundador.
“A Trybe surgiu a partir da antiga inquietação do
grupo em relação à situação da empregabilidade no Brasil e da vontade
genuína de gerar mais oportunidades para as pessoas”, conta
Matheus Goyas.
Entre os diferenciais da startup está o modelo de
negócios “ganha-ganha”, em que o aluno não precisa pagar nada até conseguir um trabalho que remunere acima de R﹩3.500,00. Ou seja, a Trybe só ganha quando os alunos ganham de verdade. Apesar de novo no Brasil, esse
modelo já é comum nos Estados Unidos, conhecido como ISA (Income Share Agreement).
A empresa já recebeu investimento da Canary, e.Bricks
Ventures, JOA, Maya Capital
e
outras pessoas físicas e, atualmente, atua nas cidades de Belo Horizonte
(MG) e São Paulo (SP). Em pouco mais de um mês de existência, o
time da Trybe já conta com mais de 30 pessoas e iniciou sua primeira
turma em Belo Horizonte. Para 2020, a meta é expandir para outras
regiões e atingir 500 alunos.
Sem fronteiras
A Trybe segue ampliando seus horizontes com novas
turmas nas cidades de Florianópolis (SC) e Itajubá (MG) a partir de
janeiro de 2020, duas cidades com forte atuação no mercado digital.
Enquanto Minas Gerais é o segundo estado
com maior concentração de startups de educação do país, o dinamismo e inovação de Florianópolis fizeram
com que a
cidade fosse chamada de “Vale do Silício da América Latina” pela BBC
World, considerando a ilha referência no segmento de tecnologia.
Além disso, a Trybe acaba de tornar a sua jornada acessível em qualquer
lugar do BrasiL com os cursos sem hub. As aulas 100% online tornam
possível a mesma formação com a mesma carga horária que os alunos do
curso presencial possuem.