Ainda que esse nicho tenha começado a ganhar força no início dos anos 2000 com o surgimento dos blogs e primeiras redes sociais, foi na última década que começaram a se tornar “peças” fundamentais para a decisão de compra dos consumidores. Porém, se ganharam relevância para atrair olhares comerciais, também começaram a receber cobranças tal qual as grandes marcas. Para Yuri Tanaka, sócio-fundador e CEO da agência de marketing de influência Holofotte, o maior desafio dos produtores de conteúdo enquanto profissionais é se enxergarem como marca e agirem como donos de suas empresas: “Assim como os influenciadores precisam ter cuidado e saber avaliar estrategicamente os prós e contras de fechar um trabalho com uma marca, essa marca também vai avaliar os benefícios de ter essa pessoa associada a ela. Por isso, muito além dos números, é preciso ter atenção com outros pontos fundamentais como posicionamentos, responsabilidade e qualidade do que é oferecido para essas parcerias comerciais.”
Para quem deseja se tornar um produtor de conteúdo ou se reposicionar para o mercado, João Vitor Perez, também sócio-fundador da Holofotte e especialista em influenciadores, traz algumas dicas práticas e que fogem do básico como auxílio de como começar esse processo:
“O primeiro passo é começar a se olhar como uma marca, uma empresa com CNPJ, como o Yuri disse, muitas vezes isso falta nos influenciadores. Com isso feito, que informações e postura podem atrair mais marcas? Dados profundos como o público que conversa? Transparência em todos os processos? Uma pesquisa que mostra as principais razões daquele número de pessoas estarem ali nas redes sociais e como isso pode fazer sentido para a marca? Tudo isso pode transformar a experiência do profissional que produz conteúdo com as marcas que o acionam.”
- Entenda seu nicho e o que seu público mais gosta de consumir: Não adianta pensar apenas em dinheiro e sair fechando contratos a torto e direita, porque isso pode trazer um resultado negativo com o público e com a marca parceira. Se faça algumas perguntas antes de firmar qualquer tipo de parceria, como: Faz sentido? Meu público já manifestou interesse nesse produto ou serviço? A marca tem valores próximos aos meus e vai gerar identificação?
- Invista em qualidade (em todos os aspectos): Embora a frequência de postagem seja importante, a qualidade do seu conteúdo é ainda mais crucial. As marcas procuram colaborar com influenciadores que têm uma marca bem estabelecida e uma voz coesa e clara, que sabem atrair o público e gerar engajamento. Tenha uma equipe bem preparada para negociar e estar à disposição da marca em questão, cumpra os prazos estabelecidos e não atropele o que já foi acordado.
- Seja autêntico: Claro que as famosas trends são muito úteis para viralizar um conteúdo, mas viver só de reproduzir trends e não produzir conteúdos autênticos vai reduzir a possibilidade de identificação das marcas com o perfil. Os seguidores e marcas respeitarão sua autenticidade e sua voz única, e você pode se destacar em um mercado cada vez mais lotado de influenciadores digitais.
E como uma dica extra, caso algum conteúdo ou parceria vire uma crise de imagem, é fundamental ter bons profissionais para auxiliar no gerenciamento da situação para que a imagem do produtor em questão seja o mais preservada possível e não traga impactos financeiros e quebra de autoridade. É muito comum ver grandes nomes da influência digital envolvidos em crises por algum posicionamento mal feito ou parceria com marcas que não faziam sentido, evitar isso trará elasticidade e o aumento de confiança na marca daquele influenciador.