Por Maycon Tuneli
Na posição de especialista em crescimento, que lidera uma empresa focada em Growth, eu preciso alertar: cuidado com o hype e principalmente com a desinformação.
Growth Hacking ascendeu e ocupou muito rapidamente as descrições de cargo de diversos profissionais de marketing aqui no Brasil, principalmente após se popularizar nos eventos de trends/inovação de negócios.
Quem utiliza o LinkedIn deve ter notado, inclusive, uma espécie de “transformação em massa”, de Head de Marketing virando Head de Growth do “dia pra noite” – reforçando e afirmando ainda mais a relevância do Growth Hacking no mercado.
Essa transformação repentina trouxe o burburinho de que Growth pudesse ser uma espécie de “Novo Marketing”, e é justamente aí que começa a desinformação e uma certa negligência sobre o assunto e sobre o seu real papel. Com um importante agravante: Growth ainda é mal compreendido e está sendo tratado de maneira superficial por grande parte dos profissionais, tornando tudo mais confuso e controverso.
Growth Hacking não vai e, tão pouco, nasceu para substituir Marketing Digital ou qualquer outra vertical de marketing. Ao contrário, Growth é um conceito que veio para somar aos departamentos e, é claro, ao negócio como um todo.
Além disso, Growth é unicamente recomendado para empresas que têm o crescimento como objetivo. Então, além de não ter a responsabilidade de substituir ninguém, Growth nem “cabe” em qualquer negócio, tão pouco em qualquer momento. Diferente de marketing, por exemplo, que é indispensável e altamente recomendado para todas as empresas e em qualquer momento do negócio.
Sendo assim, empresas com núcleos de Growth não exoneram suas áreas de Marketing. Aliás, é o oposto disso. Essas empresas têm suas áreas de marketing mais qualificadas, mais efetivas e mais inclinadas aos resultados – potencializando o atingimento das metas, ROAS e ROI (quase que como regra).
Isso porque, na era que vivemos, a propensão ao êxito é muito maior quando trabalhamos com a ideia de aprimoramento, entre erros e acertos – usando a lógica de experimentos e análise de dados no processo de validação.
Como Growth tem essa premissa no seu DNA, ele traz, direta e indiretamente, aperfeiçoamento nas áreas que ele apoia e subsidia. É por essa razão que ele é um excepcional complemento estratégico – inclusive quando a empresa entende que as áreas poderiam/deveriam performar mais.
Logo, de forma simplória e direta, se a sua empresa tem o desafio de qualificar e potencializar as ações de marketing, com objetivo de crescer/melhorar algum indicador específico dessa área, você não deve trocar seu time por um especialista em Growth – você deve somar a visão de Growth ao seu time/departamento de marketing.
Então Growth não vai matar e tão pouco deve substituir Marketing. Ele vem pra revigorar e tonificar Marketing (e as outras áreas que apoia). Quem entendeu esse mecanismo e essa combinação, está literalmente mudando o game e os seus resultados, exponencialmente.
Afinal, não é um no lugar do outro e nem sobre o outro. É um com o outro e pelo outro.