Por Fausto Matsuda
Tecnologia e qualidade. Duas
importantes aliadas para as empresas manterem sua credibilidade no
mercado. Para um modelo de negócios que trabalha com marketing de
influência, não seria diferente. Mas, como podemos medir a qualidade do
trabalho dos influenciadores? No Strata Data Conference deste ano,
evento realizado em Nova Iorque, foi possível absorver ideias novas
sobre como os avanços tecnológicos, em conjunto com o fator humano,
podem potencializar resultados positivos.
Os
influenciadores digitais atingem uma taxa de engajamento 203% maior do
que as marcas obtém em seus perfis próprios, segundo pesquisa da
Altimeter 2019. Isso significa que os produtores de conteúdo alcançam
seus seguidores pela credibilidade do que publicam e, principalmente,
pela autenticidade com que dialogam. No entanto, fica difícil metrificar
a qualidade do engajamento. Como medir o valor do comentário de uma
pessoa nas redes sociais?
Nesse
sentido, o uso de inteligência artificial para avaliar a qualidade do
engajamento, se torna uma importante ferramenta para as marcas que
trabalham com marketing de influência. Assim, uma das tendências
debatidas no evento é investir em programação neurolinguística.
Isso
porque o estudo acredita que antes de tomarmos uma atitude, há diversos
conceitos internos que influenciam. Como essas ideias estão fixadas na
nossa mente e não percebemos, consequentemente, agimos de forma
automática. É isso o que acontece em uma ação tomada por “impulso”, por
exemplo.
Desse modo,
analisar a programação neurolinguística dos seguidores e até mesmo dos
influenciadores, pode colaborar para metrificar a espontaneidade e
qualidade de um comentário ou ainda uma reação nas redes sociais. Claro
que adquirir conhecimento nesse tema, pode desenvolver um conjunto de
estratégias capazes de reorganizar nossas convicções e transformar
atitudes automáticas em comportamentos novos.
Essa
tendência nos mostra que usar a inteligência artificial para aprimorar a
gestão de pessoas, e também para analisar o comportamento dos usuários
na internet, é cada vez mais relevante. E não podemos nos esquecer que
84% dos millennials não confiam em propaganda tradicional, segundo o The
McCarthy Group. O que significa que os influenciadores têm ainda mais
força e impacto.
É
importante reforçar que, quando se trata de marketing e comunicação,
nada substitui as relações humanas. A tecnologia pode colaborar para
unir áreas diferentes de uma empresa e otimizar processos, porém, é
necessário que seja em conjunto com o esforço e criatividade dos
influenciadores e das marcas.
Os
produtores de conteúdo influenciam diretamente no poder de decisão e de
compra do público. Por isso, usar a tecnologia para capacitar e
melhorar esse processo, favorece ainda mais o engajamento dos
influenciadores. Um levantamento da Shareablee revela que 48% dos
entrevistados, entre 18 e 24 anos, compraram um produto após a
recomendação do influencer.
Por
isso, a mentalidade deve mudar: as novas ferramentas tecnológicas devem
auxiliar o dia a dia das empresas, bem como dos influenciadores. O
ideal é aproximar essas áreas mais técnicas, como a tecnologia da
informação, a favor da marca para gerar mais oportunidades. Mas, sem
perder a espontaneidade que os produtores de conteúdo conquistaram,
afinal, autonomia e liberdade criativa estão na essência do negócio.
Sobre o porta voz
Fausto
Matsuda é COO da Squid e formado em engenharia ambiental pela Escola
Politécnica da USP. Tem passagem por grandes empresas como Odebrecht,
Knijnik Engenharia Integrada, e Mobly. Há cerca de 5 anos, se dedica ao
universo da influência.