Por Ronaldo Tenório, co-fundador e CEO da Hand Talk.
As palavras acessibilidade e inclusão têm ganhado força nos últimos anos, principalmente dentro das empresas. Mas qual seria o melhor momento para revisar os principais resultados e desafios até aqui e definir projetos em busca de ainda mais inclusão para um futuro próximo? Agora! Afinal são questões importantes que ganham cada vez mais relevância no planejamento das corporações.
Ser uma organização acessível, tanto no ambiente físico quanto no online, é um diferencial significativo no mercado. O mundo corporativo deu mais atenção a esse tema no último ano e, apesar do crescimento nas soluções focadas em diversidade, ainda há organizações que não têm ações efetivas de inclusão e acessibilidade, principalmente a digital.
Por que investir em acessibilidade?
É notável que marcas que têm promovido a diversidade e inclusão na prática vêm construindo melhores conexões com seus consumidores. Atualmente, esse tipo de relacionamento com seu público-alvo é essencial para o sucesso de qualquer empresa.
Os consumidores querem se associar a organizações que compartilhem de seus valores, e isso inclui as pessoas com deficiência. Só no Brasil, por exemplo, essa comunidade é composta por mais de 17 milhões de pessoas. Um número de respeito que pode dar um retorno imenso desde que investimentos sejam feitos de forma correta.
É bom dizer que as pautas ESG vêm sendo cada vez mais discutidas entre as empresas, que percebem a importância de agir sustentavelmente nos âmbitos de governança, ambiental e social. Para este último tópico, investir em acessibilidade é um dos caminhos que deve ser trilhado. Dessa forma, as organizações garantem a inclusão de diferentes pessoas, promovendo um mundo com menos desigualdades.
Os primeiros passos para uma empresa acessível
Iniciar os trabalhos em acessibilidade não é uma tarefa complexa. Hoje já existem diversos recursos e ações que podem contribuir com as empresas nesse quesito, principalmente no espaço digital.
Um bom começo é disponibilizar descrições alternativas de imagens, seja no campo específico para isso ou com as hashtags #PraCegoVer ou #PraTodosVerem. São atitudes simples de implementar e que impactam fortemente na experiência de pessoas cegas ou com baixa visão. Outras soluções interessantes são a disponibilização de leitores de tela, ou utilização de ferramentas de tradução automática para Libras, para apoiar pessoas surdas e com deficiência auditiva.
Da forma que seja, o importante é que as organizações estejam atentas à pauta de acessibilidade e se dediquem a planejar ações que promovam a inclusão e diversidade a partir de agora.
Gosto de dizer que investir em acessibilidade não é filantropia, além de ser lei, é uma ótima estratégia de negócios para se comunicar com um público consumidor que muitas vezes não é priorizado pela maioria das empresas. O ROI (Retorno Sobre Investimento) sempre vale a pena.