Por Sérgio Lima
Com uma pandemia em curso, a transformação digital chegou na marra para a maioria dos
negócios. Por conta desse fenômeno, empresas dos mais diversos tamanhos, segmentos e regiões
precisaram se adaptar aos formatos online para continuar operando. Agora, enquanto o mundo se encaminha para
a última etapa dessa tempestade, é preciso avaliar qual é o melhor caminho para sobreviver ao que ainda está por vir.
Avaliando o mercado, concluo que, a partir
do fim da epidemia, o principal desafio não estará mais
em adaptar-se à tecnologia, pois isso já terá sido feito lá atrás. A questão será, então, encontrar
estratégias eficientes para alinhar os negócios às
novas necessidades do consumidor resultantes de um mundo pós covid-19 e, mais do
que isso, encontrar mecanismos eficientes para se comunicar com ele. Para isso, acredito que será necessária uma
reinvenção de pensamentos e de formas de enxergar as marcas.
Mas, antes de apontar aqui como fazer isso, aproveito
para trazer algumas características desse novo consumidor que mencionei acima. Para isso, vou tomar como
base um estudo da KPMG, uma das maiores empresas de prestação de serviços
profissionais, que avaliou as tendências de consumo para os próximos anos após a crise
do Coronavírus.
Nesse material, tem três aspectos que me chamaram bastante atenção, e que a meu
ver, deverão ser o foco de todas as estratégias de negócio e marketing daqui para frente. São
eles: pessoas no centro, experiência e lealdade do consumidor, e por último; confiança como motor
de crescimento.
O resultado desse levantamento corrobora com o que
penso avaliando o mercado: preocupação com temas como empatia, sustentabilidade, ética,
responsabilidade social e consumo consciente serão, de fato, fatores que agregarão, mais do que nunca, para uma
marca. E esse movimento já começou a acontecer.
Para se ter uma ideia, um outro estudo,
esse realizado pelo MindMiners, com o intuito de entender quais são as expectativas dos
brasileiros em relação ao comportamento das marcas mediante ao Covid-19 indicou que quase 47% dos
entrevistados esperam que as empresas contribuam na conscientização da população, enquanto 28, 9% exigem que as marcas
se manifestem publicamente sobre questões relacionadas a esse assunto. Com o fim da pandemia, esse movimento deve
continuar fazendo parte da necessidade do consumidor. Será preciso então, comunicá-lo e demonstrar seu
valor.
Mas afinal, como fazer isso? Primeiro, é preciso entender qual é a forma mais eficaz
de se comunicar com o seu cliente. Algo importante de ressaltar aqui é: tenha em mente
que isso varia de acordo com o público da sua marca. Não é porque uma empresa teve sucesso falando pelas redes
sociais que você terá o mesmo resultado, pois a forma como as pessoas consomem conteúdo varia muito. Reinventar-se também precisa ser fugir do óbvio, sair da cartilha e avaliar criticamente as
possibilidades.
Outra estratégia que considero essencial nessa nova era é ter em mente que, o marketing de
conteúdo pode ser a chave para uma comunicação eficaz nessa nova fase. Produzir materiais autênticos, assertivos e com
insights reais, ou seja, que falem de fato com o cliente, que provoquem alguma emoção nele e que tragam identificação,
ajudarão a validar todas as características que falamos acima.
Com tudo que já foi apontado aqui, podemos concluir que o ponto-chave
para o futuro é se reinventar de acordo
com as novas características de consumo que surgem em um mundo
totalmente diferente de quando a pandemia começou. Pensamento crítico,
pessoas em primeiro lugar e produção de conteúdo autêntico e original
são as ideias de norte para essa nova era. Adapte-se já!
* Sérgio Lima é CEO da S8Wow, uma das principais agências de comunicação com soluções omnichannel do país.