Este é um artigo para falar sobre a coragem da Lacoste aqui no Brasil. De forma inteligente, a marca vem fazendo alguns movimentos para valorizar a comunidade de “Lacosteiros” e com isso, derrubando as “fronteiras invisíveis” que fazem parte da nossa sociedade.
Entenda o caso resumido
A Lacoste está completando 90 anos e, por isso, iniciou dezenas de iniciativas: campanhas, eventos, novos embaixadores/influenciadores e até mesmo um novo espaço de experiências em São Paulo.
Para o conceito publicitário da campanha a marca resolveu juntar sua legião de amantes pelo mundo de uma forma “impossível”: duas culturas totalmente distintas se cruzam em seu estilo de vida, mas compartilhando o mesmo amor pela marca.
O vídeo da campanha mostra os fãs da marca, “os Lacosteiros de SP” interagindo com os fãs da marca em Tokyo, mostrando o contraste entre culturas e gostos.
https://www.youtube.com/watch?v=wtOTVR6O7ZQ
Aqui no Brasil, essa questão das duas culturas se desencadeou de forma negativa, causando uma polêmica nas redes sociais entre os ‘fãs da Faria Lima’ e os ‘fãs das periferias de SP’. Ambos são importantes e consomem a marca.”
Veja os prints abaixo que eu separei ??
Perceberam os dois grupos de fãs? Parte do meu trabalho como estrategista de marca é observar, ouvir todas as pessoas envolvidas com a marca e interpretar todas essas percepções.
Eu achei uma atitude corajosa da marca, que não cedeu para os “fãs da Faria Lima” e demonstrou que existe espaço para os dois grupos de consumidores. A Lacoste não está renunciando e/ou trocando um grupo pelo outro, apenas demonstrando que ambos são importantes para a marca.
Será que esse movimento vai afetar a imagem da marca com um dos grupos de fãs que sentiram-se ofendidos?
“Somos uma marca que vai do público clássico ao urbano. E entender o público lacosteiro é fundamental, porque criamos uma relação genuína entre a marca e seus admiradores”, comenta Pedro Zannoni, CEO da Lacoste na América Latina.
créditos: exame
Na minha opinião, mesmo sem acesso a dados internos, eu acredito que a marca está fazendo um movimento assertivo que está alinhado com sua orientação e objetivos de negócio, conforme mencionado pelo CEO da marca na frase acima.
Uma das iniciativas dessa campanha aqui no Brasil foi a criação da casa LALA, um espaço de experiências repleto de música, arte, moda e cultura. O nome “Lala” é um apelido utilizado pelos fãs que vivem nas periferias de SP e que a marca abraçou, demonstrando claramente que deseja se aproximar cada vez mais desse público. Bingo!
créditos: promoview e @ZonaSuburbana
“Olha lá, olha lá, todo time de Lala!”, essa é a faixa da música do MC Hariel, novo embaixador da marca que reforça esse apelido. Para a inauguração do casa LALA, o MC lançou, em parceria com MC Neguinho do Kaxeta e MC Kelvinho, uma faixa intitulada “Croco 90”, que contou com a apresentação oficial num show exclusivo durante a abertura.
Ouça aqui no spotify > https://open.spotify.com/intl-pt/album/68v9k2MjMQ0itqMRwRQ9ne ou assista no destaque do Instagram da marca > https://www.instagram.com/stories/highlights/17978122550056984/
Os “Lacosteiros” é um movimento que começou por volta de 2014/2015 nas periferias de SP, segundo depoimento da Fernanda Souza, responsável pela direção criativa e fotógrafa da campanha com McAriel para os 90 anos da Lacoste, ela é fundadora do perfil @correrua_.
Perceberam? Até a fotógrafa/criativa da campanha é uma profissional inserida nesse contexto. A marca deu espaço para quem realmente vive, entende e por isso, pode falar com prioridade sobre o tema.
A marca também levou outros MCs para a abertura do torneio de Roland Garros, em Paris e promoveu ativações no local com foco na cultura musical “lacosteira” e no funk.
créditos: rapdubom
Por último, outro exemplo de iniciativa que gerou bastante buzz nas redes sociais. A marca mudou a fachadas de duas das suas principais lojas boutiques: Morumbi Shopping e BarraShopping, aplicando o mesmo apelido da casa LALA.
imagem: gkpb.com.br
Eu não faço parte de nenhum dos grupos de fãs da marca, por esse motivo, tenho consciência sobre o meu “local de fala” e trouxe aqui a minha visão como estrategista de marca/branding.
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Obrigado!
André Corrêa
@oandre_correa