Um serviço inédito para a creator economy, que promete mobilizar criadores de conteúdo em um movimento em prol da independência e monetização, já tem previsão de lançamento no Brasil. A partir de fevereiro, o mercado de influência digital passará a contar com a Stages, uma solução para creators lançarem suas próprias lojas online de vídeo, onde poderão cobrar valores a partir de R$0,50 em um vídeo único ou em um palco de vídeos (daí o nome Stages, palcos em inglês). Aqueles que utilizarem os serviços da companhia poderão criar seus próprios sites (com domínios personalizados) ou aplicativos, onde publicam vídeos ou fazem lives com facilidade. Desenvolvida para resolver uma dor da comunidade de criadores de conteúdo, a Stages já tem equipe no Brasil e realizou seis meses de testes com mais de mil criadores, que tiveram a oportunidade de testar a ferramenta, fornecer feedbacks e ganhar dinheiro com a novidade.
A Stages busca resolver o problema de um mercado que já conta com mais de 303 milhões de criadores em uma economia avaliada em 104 bilhões de dólares, conforme estudo “The Future of Creativity”, realizado pela Adobe no início deste ano. O Brasil é um dos países onde o mercado mais cresce, contando com a adesão de mais de 73 milhões de criadores, desde 2020.
De acordo com Leonardo Sampaio, CEO da Stages, os criadores encontram uma série de dificuldades para empreenderem na profissão e se manterem a partir do que ganham com seus conteúdos. “As formas de monetização de conteúdo existentes no mercado possuem limitações. Hoje, apenas algumas plataformas e redes sociais oferecem a possibilidade de ganhar dinheiro com a produção de conteúdo de acordo com as impressões e acessos da audiência. Mesmo assim, há muita interferência dos algoritmos das redes, não favorecendo criadores pequenos ou médios.” O executivo acrescenta que, além disso, a principal forma de rentabilização da profissão é por meio da publicidade que, em geral, se concentra em poucos nomes.
A Stages se encaixa no que se chama de Web3, uma evolução da Web2, que é a internet das redes sociais. Essa nova fase, que complementa a anterior sem eliminá-la, é marcada pela descentralização, na qual os criadores passam a ser donos dos próprios canais e faturam diretamente com seus seguidores, sem dividir com as gigantes plataformas e sem depender de algoritmos para distribuir seus conteúdos, é a era da comunidade.
Stages anuncia modelo de assinaturas
Em um evento realizado de forma virtual e presencial para cerca de 300 criadores, influencers e profissionais da área, na última terça-feira (24), a empresa anunciou os modelos de assinatura para utilização dos serviços. Para criar uma loja, o criador paga uma assinatura mensal, no valor de R$ 49,90 (grátis no primeiro mês), que dá acesso a toda estrutura necessária para montar uma loja de vídeos, subir esses conteúdos e lives, e colocar o preço que desejar em cada um. Além disso, a assinatura mensal dá direito ao apoio e suporte da Stages com a utilização da ferramenta, durante toda a jornada de monetização e disponibiliza cursos exclusivos direcionados à monetização. Para que possa veicular os conteúdos, o criador precisa realizar uma recarga de minutos, por meio de um plano pré-pago, no valor de R$ 50,00 (também grátis no primeiro mês), que fornece 90 minutos de upload de vídeos e lives, e possibilita que as audiências possam assistir a até 9.000 minutos corridos de streaming de vídeos e lives. Quando os minutos esgotarem, basta efetuar uma nova recarga.
Para auxiliar no entendimento da monetização possível com a venda de vídeos nas lojas criadas com a Stages, o CEO da empresa, forneceu um exemplo prático. Supondo que um criador tenha 50.000 seguidores em suas redes sociais e, desse total, 10% visitem a loja de vídeos criada, e mil deles comprem dois vídeos de R$ 5,00 por mês, ao final do período, esse criador terá faturado R$ 10.000.
O evento contou com a participação de profissionais que são referência no segmento: Rafaela Lotto, head de planejamento e sócia da YOUPIX, consultoria especializada na Creator Economy, Phelipe Siani, apresentador da CNN e empreendedor digital, com mais de 400 mil seguidores no Instagram, além das criadoras Jéssica Brazil e Olívia Carneiro (Olívia Sensata), que deram seus depoimentos acerca da experiência com a Stages. As conversas foram mediadas por Tiago Maranhão, diretor de conteúdo da Stages.
A visão do mercado sobre a Stages
Para a especialista da YOUPIX, Rafaela Lotto, a economia dos criadores vem atraindo cada vez mais atores interessados nesse setor. “Um ecossistema empreendedor vem se formando na creator economy brasileira, com empresas como a Stages, provando que esse é um mercado promissor, não só para os creators, como para as empresas que os suportam”, comenta a especialista.
De acordo com Phelipe Siani, está na hora dos criadores de conteúdo se entenderem como profissionais de comunicação e como empresas. De acordo com o jornalista, a diversidade e o potencial dos criadores permitem que possam auxiliar a todos os tipos de negócios a se conectarem com suas audiências. Já Jéssica Brazil, maquiadora e criadora de conteúdos sobre o universo da maquiagem, destaca que é importante que os criadores consigam pagar suas contas com seus conteúdo, sem depender somente das marcas. Jéssica foi uma das criadoras que montou sua loja de vídeos durante o período de testes da Stages, e percebeu a vantagem do modelo de monetização direta, ofertado pela empresa.