Treinamento bem-sucedido em países como Estados Unidos, Espanha, Japão e Colômbia, o Programa de Aceleração do Empreendedorismo chegou ao Brasil por meio do projeto Territórios Inovadores, do Pacto Alegre. A parceria com a IXL Center, proporcionou aprendizado a jovens universitários e, na esteira, mentorias gratuitas a empreendedores do Morro da Cruz, na Capital. Nesta segunda-feira (8), em cerimônia realizada no Hub Formô, estudantes que receberam três meses de treinamento entregaram um Plano de Ação aos negócios escolhidos para participar do projeto-piloto.
Localmente, a atividade partiu da escolha de quatro estudantes (dois da PUCRS e dois da Unisinos). Selecionadas por seus professores, as duplas passaram a receber instruções para a elaboração de projetos de desenvolvimento voltados a dois negócios locais escolhidos pela Formô: a confeitaria Só Sabor e a Pizzaria Na Medida do Sabor.
Um dos empreendimentos pertence à Sandra Miranda, de 49 anos anos. Há 30 anos, ela faz doces, bolos e salgadinhos para festa em casa, e recentemente ela decidiu profissionalizar o negócio. “Após comprar uma cozinha industrial e uma melhor estrutura, eu estava tendo dificuldades para expandir. Essa consultoria tem me ajudado muito nesse sentido”, relata.
Entre as propostas dos alunos de graduação da PUCRS, Laura Santoro (Administração) e Douglas Campelo (Economia), estava a contratação de uma ajudante – que já foi seguida – e o incremento do cardápio com comida natural – voltada ao público fitness da Capital, que chega a 200 mil pessoas, segundo levantamento deles.
Na avaliação do diretor Executivo da IXL Center Brasil, Alexandre Chang, o programa iniciado durante a pandemia, em 2020, nos EUA já “extremamente vencedor”. Segundo ele, a ação conseguiu se sair muito bem em Porto Alegre. “A nossa definição de vitória é realmente engajar os diferentes participantes do ecossistema de inovação. Temos hoje aqui as lideranças da comunidade, trouxemos também empreendedores de alto gabarito e integrantes das universidades”, comemora.
Para o coordenador do Pacto, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, o programa vem ao encontro da proposta do Territórios Inovadores, “que é justamente encontrar os atores sociais que possam ser os conectores para as políticas públicas, para as ações de inovação”. Por essa razão, ele acredita que “a semente de inovação e empreendedorismo começou a ser plantada no Formô, que já tinha conexões, capilaridade, e capacidade de dialogar com a comunidade”.
A área acadêmica da atividade esteve representada pelo superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, Jorge Audy. Essa primeira experiência, na sua opinião, serviu para “testar, verificar e ajustar os processos” para depois replicar nos outros seis territórios. “Nós temos hoje um momento de encerramento desse ciclo, para fazer um balanço do que foi feito pelos alunos e saber como as duas empresas receberam estes insights”, destaca o professor, que também é articulador do projeto Territórios Inovadores.
A partir de maio, Audy antecipa que haverá um novo ciclo no Morro da Cruz e um inicial na Bom Jesus, com mais empresas e um número maior de alunos (três da PUCRS, três da UFRGS e três da Unisinos): “E logo na sequência, isso vai ser maio e junho, a gente começa a aplicação, com os quatro que já foram capacitados aqui, mais os outros nove. Aí nós vamos ter mais velocidade e vai ser possível aplicar também nos outros cinco territórios: Vila Planetário, Ilhas, Restinga, Cruzeiro e Mário Quintana”.