O fim do ano chegou e a hora de comprar presentes também. Mas é preciso lembrar que o descarte dos pacotes e embrulhos gera resíduos que podem – e devem – ser reciclados, já que alguns tipos de materiais, se virarem lixo, demoram até 400 anos para se decompor. As embalagens dos produtos podem trazer informações que vão além dos ingredientes, modo de usar ou outras orientações, como selos e certificações.
Os brasileiros estão conscientes e optam, cada vez mais, por produtos que gerem menor impacto ambiental. Em uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada no mês passado, 74% dos brasileiros se dizem “ambientalmente conscientes” e metade dos consumidores verifica se o produto foi produzido de forma ambientalmente sustentável.
Os selos de sustentabilidade ajudam o consumidor a fazer uma escolha mais consciente, pois informam que a marca está engajada em diminuir o seu impacto negativo no meio ambiente. Entre as imagens que podem estampar a embalagem apontando ações sustentáveis, há o símbolo do Sistema B, que indica um modelo de negócio voltado para o desenvolvimento social e ambiental; do Orgânico Brasil, que garante insumos orgânicos; do Rainforest Alliance, que comprova o alinhamento da empresa com a sustentabilidade em agronegócios, florestas e ambientes turísticos; e o selo eureciclo, que certifica a logística reversa de embalagens pós-consumo e garante que ao menos 22% do volume colocado no mercado foi compensado pela reciclagem de materiais equivalentes.
“Atualmente temos três selos: um que informa que as companhias cumprem a lei e compensam ambientalmente 22% da massa de resíduos que coloca no mercado, outro que mostra a destinação correta de 100% de resíduos equivalentes e um para as companhias que vão além e promovem a reciclagem de 200% do volume emitido, em materiais proporcionais, ou seja, do dobro de resíduos que geram”, explica Marcos Matos, diretor de Marketing e Vendas da eureciclo. O total de compensações realizadas pela empresa desde o início das operações foi de 660 mil toneladas e a remuneração contemplou 300 cooperativas e operadores privados, com mais de R$36 milhões até o momento.
Olhe para a embalagem
Em 2010 entrou em vigor a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê a destinação correta de pelo menos 22% da massa de embalagens que as empresas colocam no mercado, com o objetivo de incentivar a reciclagem no país e reduzir a quantidade de lixo levada para aterros. Mas ainda estamos engatinhando, segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais),pois reciclamos apenas 4% dos resíduos brasileiros.
Sabemos que para transformar essa realidade é necessário que todos os atores da cadeia entendam sua responsabilidade. Além das empresas, os consumidores podem ajudar a dar mais consistência ao cenário da reciclagem com ações simples, como repensar os próprios valores e incluir hábitos sustentáveis na rotina. Optar por sacolas reutilizáveis no supermercado, fazer a separação para a coleta seletiva, lavar as embalagens antes de descartá-las e comprar de marcas que estão efetivamente comprometidas com a reciclagem são algumas opções.
O estudo da CNI mostra, ainda, que quase sete em cada dez brasileiros (69%) costumam separar materiais para reciclagem e que a reutilização das embalagens é uma prática comum, já que 46% dizem fazer isso. Portanto, a preocupação com a destinação deste tipo de resíduo é constante e já está presente nos hábitos de consumo, com tendência de ser cada vez mais forte.
Neste contexto, os selos e certificações passam a ser ainda mais importantes, verdadeiros aliados, já que são uma maneira eficiente de informar o consumidor. “Cada passo no processo de conscientização importa. Ao escolher um produto que possui o selo eureciclo, por exemplo, o cidadão fortalece uma marca realmente engajada e ainda incentiva cooperativas e centrais de triagem que recebem incentivo financeiro das marcas”, completa o diretor.