Sim, está na hora de falarmos sobre o uso de inteligência artificial e da transformação digital na comunicação, na criação de conteúdo, imagens, etc.
Para muitos, o tema desperta desconfiança e até medo. Reação natural ao novo, mas o fato é que não dá mais para fingir que nada está acontecendo. Chegou a hora de aprender, se jogar na novidade, testar e entender como tirar o melhor proveito disso.
Sou entusiasta de inovações em geral e não vou negar meu fascínio com tudo o que a IA já está fazendo: transcrições de áudio em segundos; resumo de conteúdo longo em uma nota com a quantidade de caracteres desejada; revisão e edição de textos; pesquisa e comparação de visibilidade de marca na imprensa; criação de imagens para aquele post de rede social que pede algo mais personalizado que uma foto de banco de imagem… OK, nesse quesito podemos esperar mais e, certamente, veremos avanços no futuro breve.
O fato é, estamos em um caminho sem volta e, quem não se atualizar, ficará para trás. Simples assim, então por que resistir à mudança?
Em PR já passamos por várias e seguimos nos reinventando: do press release por fax ao e-mail, da visita à redação para a entrevista on-line, dos eventos de lançamento com Opinion Makers para as campanhas e eventos com influenciadores digitais, e por aí vai.
Como contra fatos não há argumentos e, como eu amo dados, compartilho os da pesquisa PR Trends 2025, feita pela plataforma Prowly, com uma boa notícia para os que torcem o nariz para a tecnologia: abraçar a inovação é essencial, mas sem renunciar à nossa essência humana e cultural. Para isso, teremos que repensar estratégias, reavaliar orçamentos e abandonar práticas que já não geram resultados sólidos. Mas é menos complicado do que parece. Vamos aos números.
Inteligência artificial como potencializador e não um substituto
A pesquisa aponta que a maioria dos profissionais entrevistados (74%) enxergam a IA como o futuro do PR, sendo inegável seu papel fundamental na otimização de processos e na personalização de campanhas. Exemplos de onde a IA é usada incluem:
- Análise de sentimento com monitoramento em tempo real das reações do público;
- Personalização de pitches com adequação das mensagens conforme as preferências dos jornalistas;
- Identificação de oportunidades como detecção de tendências e oportunidades de mercado.
Porém, é crucial lembrar que resultados expressivos com o uso de IA dependem da sintonia entre os dados e o toque humano, que possibilita uma interpretação aguçada das nuances culturais de cada região. Além da adequação à marca, afinal, nenhum cliente vai aceitar algo sem profundidade e análise crítica.
Inclusive, 32% dos entrevistados priorizam a hiper personalização, reforçando a importância de olhar além da segmentação convencional. Na América Latina, onde as diversidades socioculturais são marcantes, conhecer profundamente o comportamento, as expectativas e os valores do público é essencial. Essa é a tendência que aparece em terceiro lugar na pesquisa.
Um pouco à frente, o PR voltado aos dados aparece como a segunda maior tendência do segmento. O que não é grande novidade já que os profissionais do mercado brasileiro estão acostumados a planejar ações acompanhando as últimas tendências, preocupando-se em oferecer o melhor ROI e superando os KPIs das marcas.
Planejando orçamentos
Em um cenário de orçamentos cada vez mais enxutos, a alocação estratégica dos recursos se torna vital. A pesquisa traz dicas de onde os investimentos devem ser direcionados:
- Ferramentas com IA – 46% dos profissionais já planejam investir em tecnologias inteligentes que otimizem processos.
- Parcerias Estratégicas – 48% priorizam colaborações que ampliem o alcance e o impacto das campanhas.
- Plataformas de Mídia Social – 34% reconhecem a importância de fortalecer a presença digital e a conexão direta com o público.
A revolução do PR está acontecendo agora. Você vai liderar ou seguir?
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Vania Gracio, Founder & CEO da Sing Comunicação
