A resolução 4966 marca um ponto de virada significativo na legislação nacional, trazendo mudanças para diversos setores. Essa regulamentação contábil desempenha um papel fundamental na promoção da transparência e confiabilidade financeira das entidades, sejam elas empresas, organizações sem fins lucrativos ou órgãos governamentais. Após a atual normativa ter vigorado por mais de 50 anos, essa resolução estabelece novas diretrizes e normas contábeis que devem ser seguidas pelas entidades, garantindo uma apresentação precisa e clara das informações financeiras.
Visando a troca experiência e conhecimento, entre grandes nomes do mercado financeiro, a Topaz, uma das maiores empresas de tecnologia especializada em soluções financeiras digitais da América Latina, realizou um evento para desvendar a norma 4966 e apresentar estratégias essenciais para o sucesso da adaptação pelas instituições, intensificando o seu alicerce para a transformação digital no mercado financeiro.
Jorge Iglesias, CEO da Topaz, abriu o evento explicando que comunicar efetivamente todas as funcionalidades é um dos principais desafios. “Esse processo requer uma comunicação fluida e uma compreensão clara de como os processos contábeis serão impactados. A abertura de compensação e a questão dos planos de contas representam desafios gigantes, especialmente no processo fiscal, exigindo uma conexão contábil estreita com o negócio. Esta mudança representa o primeiro passo de uma transformação significativa, que abrirá novos mercados e reduzirá as fronteiras”.
Frank Fujisawa, Diretor de Negócios da Topaz, elucidou que a norma contábil impõe a necessidade de medidas imediatas por parte das instituições financeiras. “Quase todos os serviços financeiros em vigor serão afetados, desde a revisão de políticas até a reorganização da estrutura de operações monetárias, impactando diretamente o dia a dia dos negócios. Estamos um passo à frente para auxiliar nossos clientes neste momento crítico, já que as nossas soluções já estão prontas para atender às regulamentações da nova regra, desde bancos tradicionais até fintechs”.
Para Ivan Nacsa, Partner da BIP Brasil, esta virada de chave implica em adotar um modelo simplificado, que pode parecer simples à primeira vista, mas requer uma análise minuciosa para simular diversos cenários e garantir sua eficácia. “Implementar essa norma exigirá talentos qualificados para fazer a engrenagem funcionar de forma eficiente dentro das instituições”.
Além disso, a norma 4966 desencadeia uma discussão em diversas áreas do banco, envolvendo pessoal de risco, controladoria e outros setores. “Bancos internacionais, representados pela Associação Brasileira de Bancos Internacionais (ABBI), têm acompanhado de perto esse assunto, reconhecendo a necessidade de adaptação e aprimoramento de seus processos para atender aos novos padrões”, ressaltou João Lopes, Accounting Manager do Rabobank e Diretor da ABBI.
A mudança proposta pela regulamentação não é apenas técnica, mas também cultural. “Envolve uma mudança na origem das informações, abertura de novas contas e uma profunda sincronia entre todas as áreas envolvidas, desde a contabilidade até o pessoal de risco. Essa transformação requer uma compreensão integral das implicações fiscais, tecnológicas e organizacionais”, ressalta Roniel Oliveira, CIO do banco PINE.
Nelson Leite, Membro do comitê de auditória do BNDES, destacou que a experiência dos bancos internacionais tem sido fundamental, pois eles enfrentaram todos os desafios que as instituições brasileiras estão enfrentando atualmente. “Essa transição se torna mais societária, exigindo uma abordagem mais específica e detalhada. A identificação de lacunas torna-se crucial, assim como a estimativa de perdas esperadas e o cálculo do valor presente das operações. Com cada teste realizado, a visão se torna ainda mais clara, levando o projeto a adquirir um caráter corporativo, abrangendo toda a organização”.
Segundo Rodrigo Mattos, gerente de Operações de Tesouraria do Bradesco, a norma traz consigo uma mudança fundamental no cerne das operações bancárias, desencadeando discussões em várias áreas da instituição, incluindo pessoal de risco e controladoria. “No contexto dos bancos internacionais, esse tema tem sido amplamente debatido no mercado e agora ganha ainda mais destaque. A necessidade de compreensão prática e a implementação de um processo de auditoria independente tornam-se evidentes, buscando trazer para o Brasil todo o mecanismo estruturado. Manter uma previsão clara e atualizada é um grande desafio, assim como adaptar metodologias estrangeiras e sincronizar sistemas diversos. Além disso, a questão dos processos surge como um desafio adicional, especialmente para integrar o pessoal de risco de forma alinhada com as premissas estabelecidas. A chave está em como incorporar essas mudanças nos modelos de negócio, em particular com relação à NSR9, e em definir de forma clara os papéis e responsabilidades de cada parte envolvida”, conclui.