Por Mike Zizzari
Há muito tempo se fala em conceitos de marketing que levam o consumidor em uma jornada de relacionamento que o faça comprar o seu produto no final, porém há quem negligencie que, durante este período, é igualmente necessário fazê-lo desejar e memorizar a sua marca. Muito além dos processos ditados pelo Inbound Marketing, por exemplo, algumas estratégias se fazem essenciais para que o trabalho de oferecer uma experiência única ao usuário seja bem realizado, como é o caso do Sound Branding.
Tudo o que trabalha a marca deve ser parte fundamental do processo de construção de relacionamento com potenciais clientes, e o Sound Branding vem para ajudar nesta etapa, ao introduzir o som como forte aliado para criar intimidade entre quem mais interessa: o seu consumidor final.
Marcas como Mercedes Bens, Audi e Renault utilizam este tipo de estratégia para construir um som que represente a identidade e os valores destas empresas. Uma das principais percursoras do conceito, Zanna Lopes (fundadora da primeira agência de sound branding da América Latina, a Zanna Sound) classifica-o como um “processo de transformação do conceito e linguagem visual da marca em linguagem sonora”.
Para exemplificar como ele é aplicável, o GRU Airport (Aeroporto Internacional de São Paulo) – um dos cases da Zanna Sound – recebeu as estratégias de Sound Branding e se tornou o primeiro aeroporto a aplicar este conceito em sua música, logomarca, mensagens aos passageiros, chamada de espera e em outros locais, tudo para que fosse criada uma sensação de proximidade dentro do aeroporto, um lugar que, muitas vezes, é cenário de longas esperas e estresse.
A estratégia, sem dúvida, é muito interessante pois, ao contrário do “music branding”, que estuda o mínimo da marca e cria uma seleção musical para eventos únicos, o Sound Branding permite criar além de uma assinatura sonora apenas, desenvolvendo elementos que podem ir desde a chamada de espera até uma rádio customizada para o ponto de venda. Tudo isso, em conjunto, permite que a marca chegue “ao coração” do consumidor, tornando-se uma love brand.
Ou seja, se a empresa quer se destacar em meio a tantos anúncios visuais, sem dúvida o Sound Branding surge como um reforço da imagem da marca. É a construção de uma identidade sonora, onde as referências conceituais já existentes são condensadas em um som característico.
Entretanto, assim como tantas estratégias, é essencial que esteja claro quem é a persona da marca e a do seu público alvo, uma vez que este tipo de marketing precisa ser assertivo, bem desenhado e estudado, pois sem planejamento, com certeza se tornará um investimento sem retorno.
Mike Zizzari é CEO da New//It – www.agencianew.it