Por Natália Diogo, Gerente de Comunicação da aboutCOM
Comunicação integrada, apesar de ser um termo muito conhecido, ainda é, no dia a dia, uma ideia pouco praticada. Digo isso com base no que vejo diariamente nas empresas e agências: existe uma deficiência no pensar comunicação para além das ferramentas – assessoria de imprensa, redes sociais, eventos, inbound, SEO, e outras tantas.
Muitas vezes, praticada olhando apenas para uma destas possibilidades de ponto de contato, a comunicação acaba não sendo efetivamente unificadora da mensagem da marca. É muito comum observarmos no mercado empresas que querem ter uma Assessoria de Imprensa. Prova disso é que no Radar Abracom de 2022 descobriu-se que somente 11,1% das empresas buscam por comunicação integrada. Se você faz parte das 88,9% das empresas que estruturam sua comunicação de maneira tão isolada, posso te afirmar que você está pensando nela de maneira errada!
A frase acima parece pretensiosa, mas é uma constatação que tive tanto ao observar o mercado como por hoje trabalhar em uma consultoria de comunicação integrada. A comunicação precisa estar alinhada ao marketing da empresa, aos objetivos de negócios e ter uma mensagem unificada em diversos pontos de contato com as personas-chave para uma marca, em todos os estágios do funil de influências.
Se falo, por exemplo, sobre sustentabilidade em um grande evento do meu setor, essa mensagem precisa sim estar no discurso do porta-voz em uma entrevista para a imprensa, mas não pode parar por aí. Deve permear também as newsletters para clientes e parceiros, as redes sociais institucionais e o LinkedIn do executivo que ministrou a palestra. Além disso, a mesma ideia precisa permear o discurso dos vendedores, tanto no momento de realizar seu trabalho diário, como na hora em que se posicionam sobre a marca em seus perfis do LinkedIn.
Percebo que nem as agências e nem muitos de seus clientes olham ou demandam a integração entre as diversas ferramentas de comunicação. Vejo nisso uma oportunidade de negócios para quem souber fazer bem, mas também um desafio para a mudança de um grande paradigma de mercado.
E, somente dessa maneira, a comunicação atinge o seu melhor e efetivamente entrega os resultados necessários para chegar às metas pré-estipuladas – que vão muito além de números de clippings, diga-se de passagem – e passam a ser brand awareness em determinadas verticais, engajamento com público que compra seu produto ou conhecimento da marca para investidores.
Portanto, tornou-se urgente e essencial que nós comunicadores olhemos cada vez mais para a nossa área como parte de uma estrutura complexa, que precisa ser pensada para integrar uma estratégia maior de negócios para assim prosperar.
