Começar a empreender nem sempre é uma tarefa fácil e requer dedicação, mas e quando é preciso assumir um negócio já consolidado como o maior da região e enfrentar a necessidade de reinventar a sua atividade para continuar a crescer? Esse foi o desafio de Ana Amélia Filizola, jornalista e uma das herdeiras da Gazeta do Povo, veículo paranaense de grande representatividade no estado, com milhões de leitores, que começava a experimentar a crise pela qual a maioria dos veículos impressos passaria. Frente a um jornal prestes a completar cem anos de fundação, a empresária precisou repensar o modelo de negócio da empresa tradicional e familiar, para acompanhar os novos hábitos de consumo que surgiram com as novidades tecnológicas, sem deixar de lado os valores já consolidados.
Diretora da Unidade de Jornais do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), do qual a Gazeta do Povo faz parte, Ana Amélia passou a comandar o jornal em 2009, após a morte do pai, e, já no ano seguinte, depois de um processo de planejamento estratégico e de contato com mídias renomadas fora do País, como o The New York Times e o The Guardian, deu início à digitalização da Gazeta, abrindo espaço para publicidade e venda de assinaturas online. “O mundo digital estava chegando com muita velocidade e, por mais que o impresso ainda tivesse força, nós sabíamos que também estávamos caminhando para esse universo online. Foi então que começamos a discutir se a Gazeta do Povo tendia a desaparecer se não fizéssemos essa mudança”, conta Ana Amélia.
Esse processo envolveu toda a equipe de diretores, incluindo seu irmão, Guilherme Cunha Pereira – que hoje é presidente do grupo GRPCOM e foi muito importante no processo de transição. A decisão de pivotar, de fato, o negócio foi anunciada em 2017, quando a empresa deixou de vender jornais impressos diários, levando toda a operação para o meio digital. “Nós tomamos a decisão de mudar o modelo de negócio, de forma que a renda não viesse da publicidade, mas, sim, das assinaturas. Fizemos muitos estudos e entendemos que também não seria possível manter impresso e online ao mesmo tempo, já que a complexidade do analógico impedia o voo solto do digital. Foi uma decisão difícil, mas, depois de oito meses de testes sigilosos, comunicamos o mercado e a equipe da empresa ao mesmo tempo sobre a decisão de encerrar o impresso”, relembra Ana Amélia. “Estamos vivendo uma revolução que modifica empresas e sabemos que podemos ser melhores e que temos muito a aprender, mas acho que a Gazeta do Povo de hoje é melhor que a de ontem, e a de amanhã será melhor que a de hoje”, conclui.
Como repensar o modelo de negócio
Tema do mais novo estudo de caso do meuSucesso.com, a trajetória de Ana Amélia toca de forma profunda na angústia da incerteza que o empreendedor sofre hoje, devido à fluidez e à instabilidade que a nova economia traz. “O documentário mostra, também, os desafios enfrentados por uma mulher guiada por suas convicções e ensina você como pivotar o seu negócio, reinventar a sua atividade para acompanhar as necessidades do mercado, e reúne insights valiosos sobre liderança, planejamento estratégico e gestão de negócios”, revela o diretor do meuSucesso.com, Leo Bossan.
Os seis episódios desse estudo de caso, intitulado “Convicta”, já estão disponíveis na plataforma, além de um talk show com a protagonista. E, na aula “Nova Economia: prepare a sua empresa”, o advisor da transição da Gazeta do Povo, Anderson Godzikowski, que tem 17 anos de experiência no assunto, compartilha, exclusivamente com os alunos do meuSucesso.com, os oito elementos-chave que fizeram com o que o processo fosse bem-sucedido.