Por Rodolfo Carvalho
O mundo está mudando rapidamente e, junto a esse movimento, os padrões de consumo e trabalho também. Estratégias que outrora eram assertivas e bem sucedidas, já não funcionam tão bem hoje. Por isso, muitas vezes é preciso recuar e se perguntar: “o que eu posso fazer diferente para adequar o meu negócio aos novos tempos?” ou ainda, “será que uma nova abordagem estará em linha com a cultura que eu quero para minha empresa?”
Um exemplo clássico de reposicionamento que vemos no mercado e que deu certo é da Havaianas. O famoso chinelo de tira azul e sola branca da década de 1990 foi o principal responsável da queda nas vendas da marca. Por quê? Simples, o produto não possuía um diferencial e ainda despertava uma percepção de baixa qualidade para o consumidor.
E foi nesse momento que a empresa decidiu, não só aumentar o leque de opções, como passar por um rebranding. Com o slogan “Todo mundo usa”, os chinelos começaram a fazer parte da vestimenta de figuras famosas em diversas situações cotidianas: na padaria, na praia, no shopping. A partir daí, já sabemos o resto da história.
Contudo, vale dizer que nem tudo são flores quando decidimos investir no reposicionamento da nossa marca. Muitos de nós conhecemos o Dollynho, uma simpática garrafa de refrigerante, que estampa as clássicas propagandas de Dia dos Pais, Dias das Mães, Páscoa e outras datas com apelo emocional do calendário.
Os comerciais, que por muitas vezes foram alvos de memes na internet, começaram a mudar. A presença de nosso amiguinho, antes tão comum nas casas brasileiras, passou a ser substituída por propagandas mais bem elaboradas e com um bom investimento tecnológico e de marketing.
O que a marca não previu foi que essa mudança teve um efeito contrário do esperado: a queda nas vendas. Isso porque o público-alvo do refrigerante se concentrava nas classes C e D, uma vez que o produto era mais barato. Quando os consumidores perceberam a mudança, logo imaginaram que o refrigerante passaria por uma reformulação e, consequentemente, ficaria mais caro. Foi nesse momento que a Dolly logo voltou com suas estratégias antigas e reconquistou seu público.
Diante desses dois cenários, reuni algumas dicas para te ajudar como e quando modificar suas estratégias de mercado e posicionamento institucional, conhecidas como os 4 P’s do marketing:
Produto: aqui, falamos de oferta, podendo ser tanto um produto, propriamente dito, ou um serviço realizado. Esse pilar, portanto, se refere ao núcleo do seu negócio. É nessa fase que precisamos entender se ele atende as necessidades do público-alvo, qual o nome dele, se ele é atrativo e quais seus diferenciais;
Preço: como o próprio nome diz, o preço diz a respeito ao valor do produto. A grande questão desse pilar não se limita ao quanto os potenciais consumidores podem pagar pelo seu produto, mas, sim, qual a percepção do público em relação à sua marca;
Praça: em tradução livre do inglês placement, essa etapa diz respeito ao local que os consumidores te encontram. Aqui falamos de e-commerce, televendas, lojas físicas, marketplace. Portanto, é nesse pilar que estudamos a acessibilidade do produto;
Promoção: ao contrário do que se pensa, neste caso, a promoção nada tem a ver com liquidação, mas com as soluções adotadas para promover sua marca. Nessa fase, é necessário analisar os canais que utilizados para dar notoriedade ao seu negócio, seja por meio do marketing digital, boca-a-boca e/ou assessoria de imprensa, etc.
Por isso, caro leitor, a figura de um profissional de comunicação e de marketing é tão importante para sua marca. Assim, você poderá entender se realmente chegou o momento de mudar as estratégias e não correr o risco de mexer em time que está ganhando.
* Rodolfo Carvalho é CEO da Incentivar.io, primeiro software de incentivo do Brasil