Por Camilo Barros
Saber o que te levará ao C-level no futuro ou o que te faz um C-level do futuro é, sem dúvida, o maior desejo dos executivos em relação ao seu desenvolvimento profissional – assim como saber qual letrinha será a responsável pelo topo da hierarquia das companhias de futuro. CEO, CIO, COO, CCO, CRO, enfim… Acredito que, de agora em diante, não haverá topo da hierarquia, e sim uma liderança linear, alinhada pelos propósitos e objetivos da empresa. Não apostaria nenhuma ficha em dizer que o “C-level do futuro” será “alguém de inovação” pelo simples fato que inovação não é cadeira, é atitude. Acho que a temida pandemia nos passou esse recado, em alto e bom som.
Eu aposto, sim, em uma retomada importante por meio da transformação cultural do Marketing e de sua liderança. O Marketing que antes transitava entre comunicação e vendas, dependendo da orientação da companhia, já passou a ser orientado por alguém de fora, mas que representa o elemento mais importante desse ecossistema: o consumidor. A partir de agora, o Marketing é o elo entre a marca e seu principal ativo, que é o ser humano.
Para se adaptar às necessidades do consumidor, é importante que o marqueteiro hoje seja também um analista de dados orientado pela inovação tecnológica. Muitas organizações já têm na despesa aprovada pelo CMO mais TI do que o CIO, e cabe a ele a missão de transformar o Big Data em uma vantagem competitiva para a empresa.
Os dados influenciam o comportamento do consumidor, assim como a mídia influenciou lá atrás, quando a moeda era tempo em troca de conteúdo. Se eu te der benefícios, você me dará dados. No final do dia, dado é intimidade, e a intimidade será o maior valor do marketing no futuro. Quanto mais você conhecer e se relacionar com o seu consumidor por meio dos dados, mais próximo e forte será esse vínculo. Ter uma estratégia de dados com o seu público o torna aberto e relevante. E cabe ao CMO estabelecer essa intimidade.
Esses dias me deparei com um curso para o tal “CMO do futuro”. Ao analisar o conteúdo ficava claro que tratava-se de gerar ação com base em tecnologia, métricas e automação, impulsionando lucratividade, e apoiando a transformação digital da sua organização.
De fato, o produto ou serviço vendido hoje nunca dependeu tanto dos insights obtidos junto ao marketing e recursos como o Machine Learning e a Inteligência Artificial estão cada vez mais presentes nos departamentos de marketing.
O CMO atual precisa de coragem, precisa enfrentar o desconhecido, é incentivado a cultura do erro. Mas errar também não é fácil e quando se erra é preciso agir rápido. Para isso, torna-se essencial estar bem suportado por dados e ter acesso a visões computacionais.
Temos o desafio de interpretar os dados e criar essa intimidade das marcas com os consumidores e cada vez mais devemos investir na desmistificação dos dados, fazendo com eles cheguem a outros públicos até então não familiares, como os criativos, por exemplo.
Para isso, o gestor de marketing precisa se empoderar. É preciso utilizar ferramentas que ofereçam ao Marketing uma visão orientada por dados. Com informações precisas para guiar as estratégias da companhia, tomadores de decisão das marcas terão uma visão mais assertiva de suas campanhas e, consecutivamente, de seus resultados.
Agora, a necessidade dos profissionais de marketing é se conectar a cada elemento de seu desempenho criativo, desde a visão de uma visão high-level da marca até insights mais focados em suas campanhas, conhecendo os principais motivadores criativos do desempenho de cada projeto. *Camilo Barros é head de parcerias LATAM da VidMob