Do cartão por aproximação aos pagamentos via QR code, o comércio sem contato veio para ficar. As regras sanitárias de distanciamento social, adotadas frente à pandemia de covid-19, combinadas ao surgimento do pix no Brasil, estimularam novos comportamentos desde a consulta de cardápios em restaurantes e convites para eventos até sistema de cupons e transações financeiras.
Para Gustavo Batista, head de inbound na Rocky.Monks, agência de marketing digital que integra a holding global Media.Monks, a utilidade do QR code é vasta e promete ajudar as empresas também a vencerem a lacuna entre o offline e o online, com a oferta de soluções que auxiliam no processo de omni canalidade.
“Quando o consumidor aponta a câmera para um código e é redirecionado para uma página específica da Web, é possível aplicar algumas estratégias relevantes de marketing. Dá para escanear o QR code dos produtos da loja física para acessar mais informações, como tabela nutricional. É possível, inclusive, direcionar o usuário a uma landing page para efetuar a compra e já aplicar um cupom de desconto automaticamente.”, ilustra ele.
Batista frisa, ainda, que o mecanismo também pode atuar no sentido oposto, isto é, do online para o offline. “Para e-commerces que mantêm os produtos em estoque na loja física, é interessante apresentar ao comprador a opção de adquirir o produto online e ir retirá-lo na loja física, utilizando o QR Code como comprovante da compra”, sugere.
Segundo ele, essa dinâmica favorece o incremento das vendas, já que as transações são feitas mais rapidamente do que seriam caso fosse preciso inserir todos os números do cartão para concluir a compra.
Fabricantes de celulares prepararam o terreno
Além de ser operado para transferências bancárias de pessoa física para pessoa física, atualmente, o sistema Pix conquista cada vez mais espaço nos e-commerces brasileiros, que têm optado por disponibilizar um QR code, feito uma chave, para a execução dos pagamentos.
Antigamente, boa parte dos smartphones não eram fabricados com um leitor de QR code embutido no seu sistema. Portanto, o usuário precisaria ter instalado, previamente, aplicativos de terceiros para escanear o QR code. Essa exigência não só gerava um processo a mais que atrapalhava a usabilidade, mas também, potencialmente, expunha os dados ao perigo de fraudes.
Agora, o cenário é o oposto. A grande maioria dos celulares já vêm com leitores de QR Code acoplados à própria câmera do aparelho, sem a demanda de baixar nenhum outro aplicativo. Essa mudança nos dispositivos, unida à implementação do pix e o cenário pandêmico, fez com que o uso do QR Code decolasse nos dias atuais.
Monitoramento de dados
As vantagens são múltiplas. Além do mais, essas tecnologias também fornecem um conjunto de informações relevantes para as empresas, que podem servir como base para as estratégias de marketing e decisões de negócio.
“É possível monitorar esses dados de uso do QR Code, desde volume de códigos escaneados até as visitas e receitas geradas por ele. Essas noções são de suma relevância para a empresa, pois, com elas, é possível calcular qual está sendo o retorno pelo investimento realizado, o chamado ROI, de maneira mais ampla, levando em consideração os canais físico e digital”, explica Gustavo Batista.
Quanto ao futuro
“Acredito que o uso do QR Code não irá desaparecer, mas o sistema passará por uma evolução no futuro”, presume Batista. Para o head de inbound da Rocky.Monks , a conduta do consumidor passou por uma modificação significativa e não dá sinais de que irá regredir, por mais que, em tempos anteriores, houvesse uma fronteira mais nítida entre os universos online e offline.
Ele reconhece que, atualmente, a conjuntura é outra. “A linha entre o mundo físico e o mundo digital está cada vez mais tênue. O usuário pode ser impactado por um anúncio de um produto através da televisão, pesquisar mais informações sobre esse produto no celular e, dias depois, ser impactado novamente por um anúncio em suas redes sociais, realizar a compra do produto com um computador e, finalmente, selecionar a opção de retirar esse mesmo produto na loja física”, descreve Gustavo.
Por conta deste comportamento, ainda segundo ele, a tendência é que recursos, como o QR code, continuem ganhando protagonismo e tenham seu uso cada vez mais recorrente pelas empresas e pelos clientes. Contudo, com a constante evolução das tecnologias, Batista infere que é provável que surjam novos sistemas que ofereçam artifícios ainda mais eficientes, podendo ser aplicados em circunstâncias inovadoras, mas conservando a mesma dinâmica: fundir sempre mais o universo físico do digital.