Por Ana Paula Bachiega
As soluções são cada vez mais complexas e o tempo é de mudanças, mas qual o impacto disso na cultura, gestão e desenvolvimento de lideranças? Essa foi uma das provocações principais que tive a oportunidade de levar ao Fórum de Líderes, realizado pela ADIGO, em São Paulo, cujo tema foi “Liderança e Tempos Ágeis”. Os insights de um evento como esse não poderiam ser poucos, muito menos curtos, afinal, cada um deles dá margem para se pensar em muitos outros, mas a mensagem principal é clara: o coletivo tem muito mais força e o modismo não pode ser a essência.
O ambiente do Fórum proporcionou todas essas reflexões de forma natural: foi realizado em um espaço verde no meio de São Paulo e com acesso fácil, o que já era um convite para diminuir o ritmo assim que chegávamos. O púbico englobou 176 pessoas dispostas à vivência e dinâmicas que criaram momentos de networking e trocas.
Foi a tecnologia que baseou também as próprias dinâmicas, já que aconteceram a partir da plataforma tecnológica Aprendix. Ela permitia que nos dividíssemos em grupos para responder uma série de questões que depois eram colocadas em um ranking para mostrar o pensamento coletivo. Mas isso não foi tudo: sem as pessoas, as trocas e mundo fora das telas, nada aconteceria. Ou seja, uniu-se o online e o offline em perfeita harmonia, resultando em uma mensagem importante para o futuro: pensar no que é bom para a colmeia, apaixonar-se pelas ideias que satisfazem necessidades coletivas e vontades individuais.
Das atividades nasceram insights que levam a refletir questões para todos os setores. Em especial posso destacar a busca pelo novo, mas é mais do que isso: o que tem de essência nesse novo? Essa foi a proposta de reflexão inicial que o evento nos fez, buscando traçar uma clareza entre o que é modismo e o que é relevante de fato. Isso leva a outro insight: “nada é permanente no universo, exceto a mudança”. Essa é uma afirmação atemporal, mas resgato ela aqui para mostrar o espírito do evento, principalmente para refletir sobre o dever dos líderes nesse contexto de paradigmas onde de um lado se vê euforia, metas, conquistas, mas de outro as guerras, crises com refugiados e crises políticas e econômicas
O coletivo também foi o grande destaque entre os temas tratados. O que é importante salientar é que, mesmo em processos digitais, a ideia do benefício coletivo não pode ser deixada de fora, o que foi explorado pelo próprio formato do Fórum. A flexibilidade de enxergar as mudanças e aceitá-las também é fundamental, seja agora o no futuro, assim como o “ágil”, que não se trata apenas em ser rápido, mas gerar mais soluções do que problemas. É preciso, portanto, não cair na famosa “miopia do marketing”. Ao contrário disso, a premissa é de que exista a humanização, reafirmando mais uma vez que a coletividade tem força.
É a partir dessa competência da agilidade que se forma a liderança, inclusive. E, mais do que nunca, a harmonia produtiva também esteve em alta no Fórum, abordando a busca de resultados, mas em um ambiente agradável e convívios reais, não apenas levados por modismos com paredes coloridas e mesas de pingue-pongue. Afinal, não se pode esquecer do confronto que já acontece graças às novas gerações: eles não aceitam mais a falta de flexibilidade e já buscam mudanças no mercado de trabalho. O que acredito, principalmente, é que não basta mais apostar nos modismos, pois é preciso trocas e vivências reais.
* Ana Paula Bachiega, Diretora de Atendimento da Agência Incomum.