A argumentação do movimento não é beneficiar apenas jogadores, mas qualificar o espetáculo como produto, o que é ótimo para os patrocinadores.

Durante anos a falta de profissionalização do futebol brasileiro e a incapacidade de seus dirigentes em explorar todo o potencial que o esporte poderia gerar como lazer, entretenimento e negócio foram assistidos de maneira calada pelos protagonistas do espetáculo: os jogadores de futebol.
Agora, no entanto, um grupo de atletas mais politizados, experientes e com vivência na Europa decidiram interceder na questão e lançar o movimento Bom Senso F.C. A primeira discussão levantada é o sofrível calendário do futebol brasileiro, que sufoca o nível dos atletas de times de ponta, que jogam muitas partidas no ano. Essa mesma agenda desorganizada também não privilegia equipes pequenas, que atuam muito menos e, em alguns casos, apenas no campeonato estadual, fator que reduz as suas chances dos clubes de manter a estrutura funcionando e captar marcas e investidores para bancar a operação do ano inteiro.
E o que isso tem a ver com os negócios no esporte? Muita coisa. Em primeiro lugar…
Com um calendário mais adequado e melhores condições de trabalho, os jogadores se desgastam menos, tem menos lesões e consequentemente tem a possibilidade de apresentar um melhor nível de jogo, que é o produto final do espetáculo. Com melhor qualidade praticada em campo, a renda pode ser maior nos estádios e a audiência dos veículos também pode responder positivamente atraindo o interesse de patrocinadores e anunciantes.
Em entrevista à revista Veja de Novembro, o jogador do Corinthians, Paulo André, líder do movimento, afirmou que o nível do futebol brasileiro está muito baixo. Para ele, não é possível mudar tudo de uma vez só, mas o Bom Senso F.C é um bom primeiro passo. “A CBF não entende que o ingresso está caro para o jogo que está sendo vendido. Os gramados são horríveis, os antigos estádios estão péssimos, tem jogo todo dia na TV. Aqui, os grandes clubes de São Paulo, por exemplo, voam 35 mil quilômetros só nos campeonatos nacionais. Na Europa a média é 8 mil. A queda de rendimento por aqui é inevitável”.
Outras questões não menos importantes…
A outra reivindicação inicial do Bom Senso F.C é a implementação do “Fair Play Financeiro”, que é na verdade uma maneira de punir os clubes que gastam mais do que arrecadam, não pagam jogadores e inflacionam o mercado. Isso tem tudo a ver com a gestão e a saúde financeira dos clubes e do futebol brasileiro.
Para não deixar esse post tão longo, já que o #JogadadoMarketing vai participar mais vezes desse assunto, cabe avaliar que, em linhas gerais, um futebol mais profissional, com essas e outras questões levantadas pelo Bom Senso F.C, é mais interessante para o público, para os clubes, para os jogadores e também para os patrocinadores. E você? O que acha?