Por João Miras, que é publicitário e estrategista de marketing político eleitoral de governos e partidos.
O processo de onlinezação home office, no qual a propaganda das empresas, o jornalismo televisivo e o radiofônico em convergência digital foram obrigados a precipitar com o vírus desconhecido, já era uma realidade nas campanhas eleitorais brasileiras quando o vírus começou a se espalhar no Brasil.
Sim, com excessivas medidas restritivas impostas pela última “nova legislação eleitoral”, os pré-candidatos e políticos no exercício do cargo de há muito vêm investindo e trabalhando o desenvolvimento de novas técnicas e conteúdos atraentes para utilizarem os meios digitais para alcançar seus públicos: eleitores e opinião pública em geral.
Assim, surpreendentemente para nós publicitários políticos, manejadores de campanhas eleitorais e comunicadores de mandatos e governos, a precipitação do voo para essa nova realidade comunicacional que quase vê abolir o tradicional corpo a corpo (marca da história da política mundial) não sofreu sequer uma turbulência. Trabalhamos normalmente nas campanhas mesmo nesses tempos de coronavírus.
Filtramos segmentos através dos canais e aplicativos disponíveis e distribuímos conteúdos estratégicos para grupos que precisem ser alcançados para construir imagens, posições, reputações, teses e bandeiras de campanhas dos políticos. As pessoas estão atentas, respondendo a esses estímulos e se engajando online nas causas. As campanhas estão andando. Os resultados estão surgindo, as pesquisas tradicionais apontam com clareza o atingimento dos objetivos sociopolíticos. A gestão de crises oferecida por estrategistas de comunicação, nunca foi tão necessária.
Nós publicitários temos por ofício a adaptabilidade. Somos como um macaco que precisa nadar, ou um peixe que precisa subir numa árvore. As generalidades são a nossa causa específica. Se nem a esquizofrenia da legislação eleitoral brasileira nos intimida, não será esse mundo atônito, de ponta-cabeça que nos fará capitular. A publicidade brasileira não foi por tanto tempo a melhor do mundo, senão por nossa tenacidade, além da criatividade, é claro!
Eu sei que no Brasil, ao contrário dos EUA, a publicidade não tem o respeito que deveria ter por ser a parceira fundamental no estímulo da venda e, portanto, da produção, da inovação e das riquezas que o homem produziu em abundância nos últimos dois séculos mas, nós sabemos o nosso valor pois ele é avaliado pelo mercado livre, sem emocionalidades e ignorâncias de ocasião.
A publicidade segue seu caminho impulsionando os meios de comunicação a relatarem os fatos. Fatos que pela credibilidade dos órgãos de comunicação estabelecidos, vem sendo fundamentais na preservação da vida – principalmente num momento de medo e insegurança como o que vivemos atualmente.
Tenham certeza, é a publicidade que vai cumprir seu papel quando o país precisar retomar as atividades econômicas. Estaremos com as portas do nosso armazém de comunicação abertas para acolher a esperança dos empreendedores brasileiros. No momento, trabalhamos para preservar as esperanças asseguradas pela democracia no processo eleitoral. Respeitem as eleições, elas carregam esperança de mudança e de dias melhores para muitas comunidades de todos os cantos do Brasil. Para ser exato: 5.570 municípios. Há rincões que só alcançam o poder na forma de prefeitos e vereadores. Respeitemos o direito que essas pessoas têm de escolher seus representantes e sonhar com dias melhores em suas localidades.
Artigo de:
João Miras, que é publicitário e estrategista de marketing político eleitoral de governos e partidos.
Sobre João Miras:
João Miras é um publicitário ítalo-brasileiro de 56 anos, que já trabalhou em dezenas de cidades, 13 estados brasileiros e em outros quatro países. Realizou mais de 170 trabalhos em 40 anos de profissão. Notabilizou-se na publicidade governamental e eleitoral atuando para agências, produtoras, institutos de pesquisa, partidos e empresas.
Estrategista de marketing político, é reconhecido como um dos grandes public brand makers do Brasil por ter se especializado em planejamento estratégico de comunicação para governos e prefeituras com foco na construção de marcas de governança.
Autor de dois livros, orientador acadêmico, influenciador digital (20.000 seguidores no Twitter e Facebook) e palestrante com mais de 300 conferências — como as realizadas para a fundação alemã de estudos políticos Konrad Adenauer e várias universidades —, é também referência no meio acadêmico como fonte de pesquisa para defesa de teses em várias universidades, como PUC, Unicamp, entre outras.
Teve seu trabalho citado em livros e, além de ser um dos pioneiros em public branded content, é especialista em neuromarketing e comunicação subliminar, tendo concedido centenas de entrevistas e escrito artigos para os principais jornais, TVs e portais do Brasil e outros países.
Além de outras agências, foi Diretor de Operações da Propeg-CP, uma das maiores e mais premiadas do Brasil, colecionando prêmios nacionais e internacionais e nove vezes o prêmio de “Agência do Ano”.
Experiente roteirista, diretor e editor é conteudista de vídeos governamentais, eleitorais e de empresas públicas com foco em marketing digital (redes sociais e canais on-line). Também ministrou cursos de formação política para as executivas dos maiores partidos do Brasil.
Foi representante brasileiro no 1º Congresso Latino-Americano de Consultores Políticos, realizado em San José, Costa Rica, na América Central em 2002, e é integrante da Alacop (Associação Latino-Americana de Consultores Políticos), EAPC (European Association Political Consultant) e um dos primeiros filiados da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos).
Aspectos inovadores do trabalho de comunicação executado ao longo de décadas por ele foram tema de três teses de doutorado. Mantém escritórios no Sudeste brasileiro e nos EUA.