Por Clóvis Souza, CEO da Giuliana Flores
O mercado de flores no Brasil tem se transformado nos últimos anos impulsionado pelo crescimento do comércio online e pela busca dos clientes por comodidade e experiências personalizadas. Dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) revelam que o PIB do setor saltou de R$ 11,9 bilhões em 2020 para R$ 19,9 bilhões em 2023, com o estado de São Paulo respondendo por 40% desse valor. O cenário, aliado à popularização dos clubes de assinaturas, evidencia uma tendência que promete expandir o alcance do varejo de plantas por meio de modelos de compras recorrentes.
As mudanças no comportamento do consumidor, especialmente após a pandemia, aceleraram a migração para o comércio online. A busca por praticidade e a valorização do tempo contribuíram para a adoção de serviços de assinatura, os quais garantem entregas regulares e personalizadas. No segmento de flores, o modelo não só ampliou as oportunidades de negócio, mas também ajudou a estabilizar receitas e a otimizar a gestão de estoque das floriculturas. Segundo a Pesquisa de Assinaturas 2024, realizada pela Opinion Box para a Vindi, 39% dos consumidores mantiveram seus hábitos de assinatura mesmo após o período pandêmico, demonstrando a consolidação de novos padrões de consumo.
Clube de assinaturas de flores: como funciona?
Esse tipo de serviço consiste em entregas regulares de produtos mediante pagamento mensal, de forma similar aos serviços de streaming. No caso das plantas, os assinantes podem receber arranjos florais e produtos botânicos de acordo com a periodicidade definida – semanal, quinzenal ou mensal –, além de benefícios como curadoria especial, brindes e dicas de cuidados. A estratégia permite que as empresas garantam receita recorrente e fidelizem clientes, enquanto os assinantes desfrutam da conveniência de não precisar se preocupar com compras avulsas.
Benefícios para empresas e consumidores
Portanto, o clube de assinatura traz vantagens tanto para os negócios quanto para os assinantes. Para as floriculturas, ele garante uma receita previsível, facilitando a gestão financeira e permitindo investimentos estratégicos. Além disso, a recorrência das compras reduz a necessidade de ações de marketing constantes para atrair novos clientes, já que a fidelização se torna um pilar central do modelo. Outra vantagem significativa é a otimização do estoque, uma vez que a demanda pode ser mais bem planejada, reduzindo desperdícios e garantindo maior eficiência operacional. Do lado dos consumidores, o serviço representa ganho de praticidade. Ademais, muitos clubes oferecem condições especiais para assinantes, como preços diferenciados, brindes e acesso a variedades exclusivas.
O crescimento do mercado de assinaturas no setor reflete uma tendência consolidada de consumo recorrente, impulsionada pela busca por comodidade e personalização. Com um mercado em expansão e novas oportunidades surgindo, os clubes de assinatura serão parte essencial da experiência de compra no Brasil.
*Clóvis Souza é CEO da Giuliana Flores, o maior e-commerce de flores do país, com 65% de market share. – E-mail: [email protected]
