O número de startups na maior cidade catarinense cresceu 41,3% em relação a 2020. Hoje, são 164 negócios ativos empregando pelo menos 2300 pessoas. Os dados são do Mapeamento de Startups de Joinville, pesquisa lançada pelo Join.Valle, movimento que visa fomentar o empreendedorismo e a inovação na região. Desde a criação da entidade, há sete anos, o município vem fortalecendo seu ecossistema: de 2010 a 2015, a média de startups criadas por ano era cinco, enquanto entre 2016 e 2021 o valor subiu para 24. O estudo completo está disponível no link.
Em relação ao faturamento, a maioria delas (52%) apontam ter ganhos anuais de até R$100 mil, enquanto 16% faturam entre R$100 e R$500 mil e 30% acima de R$500 mil. Apesar do cenário demonstrar um estágio inicial em diversos negócios, já é possível visualizar um avanço em relação ao mapeamento anterior, de 2020, quando apenas 12% das startups faturavam entre R$100 e R$500 mil e 22% acima de R$500 mil anualmente. Parte disso deve se relacionar com o aumento do acesso à capital. Não à toa, Joinville subiu 16 posições entre os Índice de Cidades Empreendedoras 2020 e 2022 nesse quesito. Iniciativas como o Join.VC, fundo de investimento de risco do Join.Valle em parceria com a Bossanova Investimentos, buscam melhorar ainda mais este gap nos próximos anos.
“Ficamos muito felizes em poder comprovar em números como estamos ampliando cada vez mais nosso potencial econômico e consolidando Joinville enquanto um ecossistema de inovação. Isso nos dá insumo para buscarmos conexões com investidores e com o mercado e acelerar ainda mais o desenvolvimento local”, comenta Dionei Domingos, Diretor Presidente do Join.Valle. Esta é a segunda edição do levantamento, que tem apoio da Secretaria de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável de Joinville (SEPUD). A ideia é gerar visibilidade e criar oportunidades para a cidade a partir da reunião de informações sobre o setor.
Resultado mostra importância de programas de fomento ao ecossistema
Das 164 startups ativas mapeadas, 61,5% tiveram sua origem através de programas de fomento à inovação. Em 2020, apenas 26 haviam apontado esse fator como determinante para o início dos seus negócios.
“Nos últimos anos, diversas iniciativas aceleraram o empreendedorismo em Joinville. Um exemplo é a Jornada de Empreendedorismo, Desenvolvimento e Inovação (JEDI), que busca potencializar negócios em estágio inicial com treinamentos, workshops e mentorias. Sete edições já foram realizadas, englobando mais de 500 participantes”, explica Dionei. Entidades como Sebrae, Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) e Softville — incubadora e capacitadora da região —, agora presentes no parque tecnológico Ágora Tech Park, também contribuíram para maior colaboração e interação entre diferentes agentes do ecossistema.
Em termos de modelos de negócios, o mapeamento traz que a maioria das startups (45%) se posiciona como B2B, seguidas de B2B2C (25%) e B2C (8,5%). As estatísticas fazem sentido com a história da cidade, que alinha o crescimento tecnológico com a forte indústria local. Não é à toa que serviços e gestão aparecem como os principais setores entre as empresas mapeadas. Em verticais de atuação, os destaques são ESG — sigla para governança ambiental, social e corporativa —, com 20 startups, e fintechs, com 19, que lideram seguidas pelos mercados de tecnologia da informação e comunicação (TIC), de healthtechs e de marketplaces.