O mês de janeiro é tradicionalmente marcado pelo desejo do recomeço, da renovação. No entanto, após as festas de final de ano – em que grande parte das pessoas tem o hábito de repensar hábitos de vida, fazer o balanço das ações e pensar em novos projetos – o primeiro mês do calendário pode chegar como uma forma de cobrança que nem sempre é bem entendida ou administrada por alguns.
Por esse motivo, o Janeiro Branco é conhecido como um período de prevenção e conscientização, para que cada pessoa olhe com mais atenção a sua própria saúde mental, avaliando questões e necessidades que impactam o seu bem-estar e tranquilidade. É uma linha muito tênue em relação a um outro mês – o Setembro Amarelo – quando esses aspectos são tratados com uma abordagem de saúde pública, como prevenção ao suicídio.
“O objetivo é começar o ano como uma página em branco, para que possamos começar a escrever nossos hábitos de vida e buscar o que realmente nos traz bem-estar. Precisamos repensar algumas coisas, para que o ano se torne mais leve”, comenta a Psicóloga Ambulatorial e Hospitalar do Hospital Christóvão da Gama, de Diadema, Dra. Claudete Alves de Lima.
“Alguns pacientes que chegam ao consultório acreditam que estão com alguma questão psicológica, quando, na verdade, trata-se de um problema físico. Nesses casos, são encaminhados para um check-up geral. Mas são comuns, nesta época do ano, casos de estresse causados pelas festas de final de ano, ou neurológicos, provocados por AVC, problemas cardíacos, alterações nos batimentos, ou mesmo pulmonares, detectados por algum desconforto na fala, cansaço. Por isso são indicados exames diagnósticos mais completos”, esclarece a Dra. Claudete.
Entre as recomendações para começar bem um novo ano, ela lista: “sempre é bom se afastar de situações que gerem emoções negativas, separar um tempo para curtir a vida e aproveitar o que ela oferece de melhor, valorizar a convivência social e viver intensamente os bons momentos em família, praticar atividade física e ter uma dieta saudável, além de cuidar da qualidade do sono”.
A psicóloga também relata que, muitas vezes são os médicos de outras áreas que encaminham os pacientes para psicólogos. “Isso ocorre muito, principalmente nesta época do ano, quando os profissionais concluem que existe algum algum fundo emocional em queixas diversas. Um exame cardíaco sem uma conclusão pode ser indício de síndrome do pânico ou crise de ansiedade, o mesmo ocorre com problemas pulmonares. Por isso, é preciso atenção e uma análise criteriosa sobre o quadro de cada paciente”, conclui a psicóloga do Christóvão da Gama.
