Por Adalberto Generoso, cofundador e CEO da Yapoli
Não é de hoje que as agências de comunicação estão enfrentando desafios significativos em suas abordagens para atender às demandas das grandes marcas. Contudo, para não repetirem os erros cometidos nesta empreitada em 2023, é importante que as empresas optem por soluções voltadas à eficiência operacional em 2024.
Hoje, as companhias sabem que há uma crescente necessidade de produzir conteúdo de alta qualidade e cada vez mais segmentado, especialmente em formatos como vídeos. No entanto, muitas vezes, o foco de produção é voltado para a exploração de temas pouco relevantes, levando em consideração apenas o que está em alta, ao invés de fazer uso de estratégias funcionais que gerem resultados tangíveis aos clientes.
Partindo da necessidade de suprir as expectativas e a ansiedade dos gestores de marketing das grandes marcas, de forma a tirarem algumas das milhares de demandas da agenda naquele momento, as agências, precipitadamente, exercem tentativas desesperadas e frustradas para se manterem relevantes no escopo dessas corporações.
O grande problema disso é que, em várias ocasiões, as próprias lideranças dessas grandes empresas não têm clareza se querem resultados ou, simplesmente, acompanhar as tendências. Ou seja, há um certo descontrole em relação aos objetivos de como crescer no mercado.
Como o uso incorreto da tecnologia prejudica as campanhas das agências?
Para mapear os objetivos é preciso de dados. E, apesar do acesso a diversas ferramentas tecnológicas, tanto as agências quanto às marcas ainda enfrentam dificuldades em medir e otimizar o desempenho de suas campanhas. Portanto, o norteamento das operações é míope, visto que não há um domínio da performance das suas ações, seja no online ou no offline.
Consequentemente, isso resulta em cálculos equivocados de ROI (Retorno Sobre o Investimento) e uma falta de compreensão sobre como utilizar plenamente a tecnologia para impulsionar os resultados de negócio. Os recursos estão lá, mas não são incorporados aos processos como deveriam.
Para completar, a fragmentação das demandas das grandes marcas entre diferentes agências gera ainda mais ineficiências na produção e no desdobramento das campanhas. A gestão da sua comunicação com os parceiros é deixada em segundo plano, o que, por sua vez, torna o patrimônio de cada solução produzida nesta colaboração obsoleto.
Qual é o papel da tecnologia para impulsionar as agências?
A ascensão da IA (Inteligência Artificial) e outras ferramentas tecnológicas nos últimos anos não se limita apenas a digitalizar processos. Esses recursos oferecem uma oportunidade única para as agências melhorarem a qualidade e a eficácia do seu trabalho, servindo como aliadas na criação de conteúdos mais qualificados e enviesados.
Em resumo, a vantagem básica da tecnologia como uma parceira de negócios é automatizar tarefas mecânicas, permitindo que os profissionais criativos se concentrem em elementos que agregam personalidade às marcas.
E é aí que se destaca a importância do DAM (Digital Asset Management), plataforma que centraliza toda a comunicação entre as empresas em um único local, viabilizando uma comunicação organizada e fluída entre os times.
Na plataforma, os vídeos, além de fotos e documentos em geral, são organizados, armazenados e distribuídos apropriadamente, sem deixar ruídos na interação entre as empresas parceiras. A própria governança também é reforçada, já que a troca das informações acontece de maneira segura e protegida.
Mas como essa organização impacta o desenvolvimento de campanhas assertivas? O resultado do uso correto do DAM viabiliza a preservação e aproveitamento de todos os ativos digitais criados pelas agências junto às marcas. Implementar essa tecnologia entra como uma solução estratégica, que promove a eficiência operacional ao potencializar a qualidade dos conteúdos e dar visibilidade aos pontos de ineficiência para possíveis melhorias.
Por isso, é correto dizer que a utilização inteligente da tecnologia é a saída para as entregas premeditadas, abrindo portas para os times e lideranças pensarem fora da caixa. Com o básico bem feito, com certeza resultados de negócio promissores virão e os erros de 2023 ficarão no passado.
*Adalberto Generoso é cofundador e CEO da Yapoli, principal referência em gestão de ativos digitais do Brasil, que tem como clientes grandes nomes da indústria brasileira, como Flamengo, Petrobrás, Havaianas, Habib’s e Portobello. Generoso é empreendedor serial e tem mais de 10 anos de experiência em marketing digital. Já ganhou 3 Cannes Lions e mais 10 prêmios internacionais de publicidade digital. Foi um dos idealizadores do GuiaBolso e ex-sócio e CMO da Cheftime, foodtech adquirida em 2019 pelo GPA. Além disso, o executivo é mentor de marketing, tecnologia e growth para empresas e atua como palestrante para a turma do curso de Marketing Digital do Núcleo de Empreendedorismo Tech da USP.