O G10 das Favelas, bloco de líderes e empreendedores de Impacto Social das favelas, acaba
de criar o Fundo para Desenvolvimento do Empreendedorismo de
Impacto Social, em parceria com
a eSolidar, plataforma que oferece às instituições sem fins lucrativos ferramentas fáceis para atrair
recursos e aumentar a visibilidade e para as empresas uma nova forma de gerenciar e comunicar a responsabilidade social.
O lançamento
aconteceu durante
o Slum Summit 2019 – 1° Encontro do G10 Favelas,
em Paraisópolis, no dia 23 de novembro, quando foi
aberto o crowdfunding com o intuito de arrecadar 2 milhões de reais para
incentivar negócios locais em favelas brasileiras. O objetivo da
iniciativa é estimular a união de forças em prol de desenvolvimento
econômico e protagonismo das maiores comunidades.
“O fundo pretende apoiar empreendedores, gerando
emprego e atraindo investimentos para as favelas. É uma iniciativa
modelo que vai mudar a forma como realizamos captação de recursos,
fazendo o processo mais eficiente, colaborativo e conectado a uma rede
de apoio”, afirma Gilson Rodrigues, do G10 e líder comunitário da
favela de Paraisópolis.
As principais comunidades do país participam da
iniciativa: Rocinha e Rio das Pedras (RJ), Heliópolis e Paraisópolis
(SP), Cidade de Deus (AM), Baixadas da Condor e da Estrada Nova
Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Coroadinho (MA) e Sol Nascente (DF).
Segundo dados da empresa de comunicação Outdoor Social, juntas, elas
contam com um potencial de consumo de mais de 7 bilhões de reais até o
final de 2019.
Como funciona o Fundo?
Dividida em ações específicas, a iniciativa terá
duas frentes. A primeira delas é a
escolha dos projetos dentre todos os inscritos até o dia 31 de janeiro de 2020 no link . Já no mês de
fevereiro serão escolhidos os 20
projetos que mais se destacaram e em março, os apoiadores do fundo que realizaram a sua contribuição pelo crowdfunding poderão escolher qual irá apoiar.
A partir disso serão selecionados os 10 negócios
que serão apoiados pelo G10 das Favelas. Qualquer integrante de uma das comunidades pertencentes ao bloco pode se inscrever para pleitear o auxílio do fundo.
A outra será o lançamento em março de 2020 de um
aplicativo em que moradores poderão sacar um valor diário – que vai depender do montante arrecadado no crowdfunding aberto no site, para usar em coisas
básicas como comprar comida, fraldas e gás. O app que contará com o uso da tecnologia blockchain (rede descentralizada de dados para a realização de transações financeiras de maneira segura), também desenvolvida pela eSolidar, fica disponível na fase de testes em Paraisópolis e
depois será estendido para as demais comunidades.
“Vamos implementar uma das mais ousadas abordagens
para contribuir com a erradicação da pobreza por meio da tecnologia de blockchain. A ideia é oferecer uma renda mínima garantida, junto a um grupo de pessoas pré-selecionadas que vivem em favelas e em
situação de alta vulnerabilidade”, explica Marco Barbosa, fundador e CEO da eSolidar.