Na era do conteúdo descentralizado, democrático e virtual nem o mundo esportivo escapa dos vídeos divertidos de react e desafios que ganham as redes sociais mesmo após o encerramento do jogo. O relatório “Além das quatro linhas”, feito pela Winnin, martech que mapeia a cultura nas redes com inteligência artificial, indica que o engajamento com vídeos de reaction relacionados a esportes chegaram a cerca de 200 milhões, o maior índice desde abril de 2019.
De acordo com o CEO e fundador da Winnin, Gian Martinez, essa alta interação dos torcedores nas plataformas como Instagram, Facebook e Youtube está causando uma revolução no marketing de players de esportes, que precisam estar atentos para entender o que é relevante para audiência. “Se conectar com o público no ambiente digital é um desafio cada vez maior para muitas empresas porque é preciso saber quais formatos usar e quais influenciadores aliar à imagem da marca”, esclarece. Afinal, os canais independentes também chamam atenção dos fãs. O perfil @433 que faz posts relacionados aos bastidores do mundo dos esportes, por exemplo, tem 4x mais likes no Instagram do que o jogador Cristiano Ronaldo, a pessoa mais seguida da rede. Até junho de 2020, o @433 tinha quase 12 bilhões de curtidas.
Outro fator que proporciona mais possibilidades na criação de campanhas é a entrada de atletas profissionais de diversas modalidades no universo dos jogos eletrônicos. São jogadores que se divertem nos games, fazendo streaming e até convidando amigos e fãs para jogar, gerando muita interação nas redes sociais. O engajamento do público com os famosos desafios, ou #challenges, que tiram os jogadores da zona de conforto também são formatos de conteúdo que engajam o público. “Essas novas características mostram que os vídeos publicados ainda que sejam sobre o mundo dos esportes podem ser associados ao entretenimento também, criando uma conexão entre os segmentos que veio para ficar”, explica.
O executivo ainda ressalta que essa democratização das redes sociais exige que o marketing esteja a atento a como os diferentes formatos performam em cada plataforma. O mais novo app que ganhou o mundo nos últimos meses, TikTok, é perfeito para desafios rápidos e áudios divertidos, enquanto o Youtube, por exemplo, aceita conteúdos mais longos de melhores momentos, bastidores e entrevistas, além de ser um canal muito utilizado pelos próprios clubes para construir relevância com imagens exclusivas.
“Os conteúdos esportivos estão muito mais diversos, por isso as marcas podem ir além das cotas de patrocínio e atuar na produção de conteúdo para redes sociais, gerando conversa e conexão com o público”, completa.