Dentro do campo, quem incentiva a equipe a dar o seu melhor é o canto da torcida. Mas, e fora dele, o que é que anima os torcedores a extravasar todo o seu amor pelo time do coração? Foi isso que o Peleja, em parceria com a Netshoes, maior e-commerce de artigos esportivos e lifestyle do país, foi investigar e traduziu o que encontrou em Belém, no Pará, São Luís, no Maranhão, e Salvador, na Bahia, em três episódios da série Subculturas. O terceiro, com a torcida do Vitória e o pagodão baiano, vai ao ar neste sábado, 14.
De Salvador já saiu de tudo, principalmente quando se fala em música. Nos últimos anos, um ritmo tem tomado as caixas de som do estado da Bahia e se misturado com tudo que é festa popular. Uma das maiores da cidade acontece no Barradão, casa do Vitória, que trouxe para Série A do Brasileirão uma atmosfera rara no moderno futebol brasileiro.
No meio da bagunça do estacionamento, o repórter Pedro Brienza busca entender como o pagodão virou o ritmo oficial da festa dos torcedores do Vitória. Ali, ele conheceu o PR Black, personalidade local e cantor do hit Corra do Barradão, e O Malandro, responsável por embalar a torcida nas campanhas de acesso do time à série B. “O estilo do pagofunk é democrático, ouve só a batida”, explica O Malandro. “De todos os ritmos que já ouvi, e eu já ouvi de tudo, nada me balança e me motiva, me sacode mais que um pagode”, completa. “Isso aqui é uma parada que ajuda o pagode. Várias músicas batem por causa desse som, é a galera do paredão que faz nossa onda chegar”, comenta PR Black sobre a importância do movimento.
“É uma descoberta. Está sendo louco ter a oportunidade de conhecer tradições e movimentos culturais tão próprios a partir de uma perspectiva que é familiar para mim, que é a do torcedor de futebol”, diz Pedro Brienza, repórter do PELEJA.
“O futebol é a paixão do brasileiro por natureza e está ligado a todo tipo de cultura. Esse olhar que o Pelejo decidiu imprimir na nova temporada do Subculturas tem tudo a ver com o nosso novo posicionamento de marca”, afirma Fabio OiKawa gerente de marca da Netshoes. “Por isso, embarcamos de cabeça junto com eles para saber mais sobre esses ritmos, essa relação intensa entre esporte e a música regional”.
“A relação sólida que temos com a Netshoes vem proporcionando uma evolução nos conteúdos da parceria, e essa nova temporada do Subculturas é resultado dessa sinergia”, afirma Murilo Megale, head comercial da Peleja Media.
O documentário sobre o Vitória e o pagodão baiano estará disponível neste sábado, 14 de setembro, nas redes sociais do PELEJA e da Netshoes e no canal oficial do PELEJA no YouTube.
O Paysandu e o tecnobrega
O primeiro episódio dessa temporada do Subculturas, que mostra a relação da torcida do Paysandu com o tecnobrega do Pará, já está no ar e pode ser conferido neste link. O documentário mostra que, no extremo norte do Brasil, existe uma cena de futebol que reina na Amazônia e em toda região. Com torcidas maiores do que a de clubes que frequentam a Série A do Brasileirão, o futebol faz parte da rotina de quem mora em Belém. Junto a isso, uma cultura efervescente, que teve influências musicais caribenhas e, por meio das ondas do rádio, se juntaram à forte cultura indígena para trazer o tecnobrega ao topo das paradas no Pará.
A catarse começa nos estacionamentos do Mangueirão, estádio paraense icônico, em sons automotivos que tomaram o local e seguem rumo às ruas da capital. Bem diferente dos famosos gritos de guerra das arquibancadas, o que se ouve é tecnomelody, é o rock doido, vertentes do tecnobrega e que fazem muito sucesso nas mixagens dos DJs e outros artistas locais. “Desde que me conheço por gente, essa festa, esses automotivos acontecem aqui no Mangueirão”, afirma Betinho Apollo, torcedor do Paysandu. E há uma mecânica séria, que organiza a parada para não haver confusão de sons. “Eles trazem os carros aqui, colocam um do lado do outro e tiveram a sacada de comprar um transmissor de rádio que transmite um áudio só. Isso tudo é justamente para fazer com que todas as pessoas possam ouvir a mesma coisa”, explica.
Sampaio Corrêa e o reggae
Tema do segundo episódio, a torcida do Sampaio Corrêa leva o espectador a uma viagem pela “Jamaica Brasileira”, também conhecida como São Luís, capital do Maranhão. O futebol e o reggae são dois dos patrimônios culturais mais importantes da cidade, e o Sampaio Corrêa uniu esses universos de forma única. Com uma história centenária e conhecido como Bolívia Querida, o time fortalece e atualiza as heranças culturais da capital do Maranhão. A cidade teve forte influência das rádios caribenhas na conexão com o ritmo popularizado por Bob Marley no século passado e se tornou a referência do estilo musical no país, ficando conhecida como capital nacional do reggae.
Esse ritmo dita o tom das arquibancadas e de todos os cantos da cidade e ajudou a criar uma das identidades futebolísticas mais reconhecidas do Brasil. Não há Sampaio Corrêa sem reggae e não há reggae sem Sampaio Corrêa no Maranhão. Foi nessa toada que nasceu a Sampaio Roots, primeiro movimento de torcida do clube apoiado na cultura do ritmo musical e na filosofia rastafari. “Vamos formar um bonde com as cores do reggae. Vamos formar um bonde com a ideologia da paz, da unidade, onde o pai possa trazer a filha com tranquilidade, onde um amigo possa fazer a festa na arquibancada e também se sentir seguro”, conta Badinho, presidente da agremiação, sobre a sua formação há mais de 10 anos.