Quando pensamos em design, relacionamos o tema com estética e física de produtos e objetos, como roupas, sapatos e até carros. Mas, é mais do que isso. Porque no dia a dia o design consegue resolver problemas complexos, como soluções para problemas urbanos, como saúde e transporte.
De acordo com Juliana Proserpio, cofundadora da Echos, laboratório de inovação que utiliza design thinking, o termo tem relação até com a sobrevivência das pessoas, que está ligada à habilidade de adaptação e de transformar a própria realidade. “Nossa maior vantagem é a capacidade de projetar a própria evolução. O ser humano é designer por natureza, criando ferramentas que são capazes de gerar resultados para suas necessidades e que geram mudanças no ambiente”, explica ela.
Tudo o que não foi criado pela natureza foi projetado por um humano por meio do design, uma xícara, um computador, robôs, palavras, linguagens, a democracia. “Para entender melhor, a primeira finalidade do design era criar coisas materiais, na sequência, passou a experimentar a criação e manipulação de coisas não materiais, o que existe entre o material e as pessoas, assim surgiu o design de interação. Podemos descrevê-lo como um modelo mental para criar soluções e futuros desejáveis”, completa Juliana.
É possível dividí-lo em quatro camadas:
– Design de símbolos: conhecido como design gráfico e de informação, a criação de símbolos necessários para a comunicação, para projetar uma mensagem e permitir que ela seja compreendida. Pode ser descrita como tipografia, ilustração, fotografias.
– Design industrial: consegue projetar objetos úteis para pessoas com materiais e tecnologias diferentes, algo físico. Pode ser descrito como design de produto ou industrial.
– Design de interações: camada relacionada ao comportamento das pessoas, está na ação, na criação de experiências e não de objetos. É também design de serviços e de experiência, a criação de sites, softwares e jogos, por exemplo.
– Design de sistemas: é o mais complexo, está relacionado a projetar ambientes e sistemas dinâmicos, focado nos sistemas humanos, a integração de informações, objetos e ambientes sociais, de trabalho e de aprendizagem.
“Na Echos, focamos na terceira e quarta camadas do design. Uma área que poucas pessoas se desafiam por conta de sua complexidade. Chamamos essas duas camadas de design do invisível, aquilo que não se pode tocar, de cultura, comportamento, interação, serviço ou até modelos de negócios. Ao entender a evolução do design podemos nos tornar melhores designers das nossas vidas, do mundo e do que queremos criar intencionalmente para o futuro”, finaliza Juliana.