A diversidade e a inclusão dentro das empresas é hoje uma prática fundamental para elevar o capital humano, abrindo as portas para pontos de vista diferentes e para a criação de soluções inovadoras. Esta é a opinião de Carolina Cabral, CEO da Nimbi (empresa especializada em soluções de tecnologia), cuja história se mistura com a própria visão progressista e transformadora da companhia.
Carolina tinha apenas 19 anos ao ingressar na empresa em 2006, e ficou totalmente encantada com sua política. “Sempre me senti respeitada por quem eu sou. Meu trabalho sempre foi valorizado e tive acesso a mentores excelentes que me deram oportunidades incríveis. A Nimbi é a empresa na qual me sinto à vontade para ser quem sou: joinvilense, mulher, homossexual, torcedora do JEC, de família interiorana e mãe. O acolhimento da Nimbi sempre me fortaleceu”, diz ela.
Segundo a executiva revela, apesar da atmosfera de diversidade e inclusão que sempre permeou a Nimbi, era preciso evoluir ainda mais. Carolina conta que algumas práticas dentro da empresa precisavam ser revistas para que, de fato, houvesse mais mudanças. “Por exemplo, costumávamos contratar pessoas com o mesmo perfil, sem perceber”, diz ela, lembrando que os colaboradores tinham, muitas vezes, formações na mesma universidade e também histórias de vida parecidas.
“Entendemos que isso não era salutar para a companhia. Quando fazíamos reuniões, todos tinham a mesma perspectiva, e não tinha como ser diferente, pois as experiências eram muito similares”, avalia. Em busca de novos prismas e outras realidades, a Nimbi passou a trazer esta questão para o RH de forma espontânea. Hoje, conforme Carolina aponta, as contratações na empresa visam contemplar a diversidade para oxigenar as equipes e trazer pontos de vista mais diversos.
Uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma das agências das Nações Unidas (ONU), mostra que a maior parte das empresas no Brasil pensa em ampliar a diversidade entre os funcionários. No entanto, ainda não promovem a real inclusão de refugiados, negros, deficientes, pessoas LGBTQIA+, ex-presidiários e da população acima dos 50 anos.
“Muito se fala em diversidade e inclusão, mas, na prática, não se trata de apenas contratar pessoas com diferentes perfis. É preciso fazer com que essas pessoas se sintam em casa, que sejam elas mesmas no ambiente de trabalho”, opina a CEO. Para ela, não basta convidar as pessoas para irem ao baile; é preciso tirar as pessoas para dançar. “Isso é o que tentamos fazer na Nimbi”.
Outro ponto, segundo ela, é que a diversidade e a inclusão não podem ficar restritas aos setores operacionais. É importante que pessoas com perfis diferentes ocupem cargos de liderança, para que possam inspirar outras, e para que todos sintam que têm voz. “Esta é a verdadeira inclusão. E não estamos fazendo nenhum favor, porque este tipo de pensamento torna a empresa mais rentável e mais criativa, chamando a atenção de investidores”, finaliza Carolina.