O ano de 2020 começou com novas perspectivas para a agência de marketing digital Calina. Entre os motivos para o otimismo está o crescimento de mais de 300% no número de mulheres contratadas para a equipe. Enquanto em 2018 a empresa tinha apenas 8 funcionárias, o ano de 2019 foi encerrado com 34 mulheres trabalhando em diferentes áreas da agência. Elas estão, inclusive, em segmentos onde a participação feminina estatisticamente é menor, como os setores de operações e de tecnologia da informação.
De acordo com o sócio fundador e Diretor Executivo da Calina, Daniel Palis, das 26 funcionárias contratadas em 2019, 20 estão no setor de operações, três no comercial e outras três nas áreas de marketing, design e TI e uma para o setor de tecnologia.
Ele destaca que ainda é um desafio atrair mulheres em áreas tradicionalmente ocupadas por homens, como é o caso do setor de operações, que é ligado à engenharia. E as estatísticas comprovam isso: segundo relatório de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres ocupam espaço, principalmente, em serviços domésticos e na educação. No grupo de diretores e gerentes de empresas, elas têm participação de 41,8% e sua renda média corresponde a 71,3% da recebida pelos homens.
Para Palis, esse cenário é, de fato, alarmante, mas é também um motivo para que a empresa se esforce para contratar mulheres. Ele explica que é justamente por isso que a Calina tem a diversidade como valor e investe em políticas de equidade em sua equipe.
“É uma questão histórica e cultural, então é claro que a quantidade de candidatas é menor em áreas relacionadas às engenharias ou à tecnologia. O que não podemos é parar nessa primeira barreira e dizer que não há mulheres na equipe porque não há candidatas. Na Calina, nos esforçamos para procurar mais pelas mulheres e para que os processos sejam convidativos a elas”, diz.
Responsável pelo RH da Calina, Letícia Sacco lembra que a equidade de gênero no mundo corporativo passa pela luta por uma sociedade mais justa e de equidade, e obviamente, está diretamente ligada ao desenvolvimento do negócio. Diversidade é sinônimo de diferentes vivências, visões e possibilidades para resolver problemas de um mundo complexo.
“Não ter mulheres em uma empresa – ocupando todos os espaços possíveis – significa não ter diversidade de ideias. Sem diversidade vamos continuar reproduzindo a história machista que aprendemos e deixaremos de gerar soluções inovadoras e para problemas novos. Antigos padrões só resolvem problemas do passado”, diz.
A afirmação de Letícia tem amparo no estudo da McKinsey, de 2017, que mostra que empresas com diversidade de gênero têm 21% a mais de chance de lucrar acima da média esperada. Além disso, elas têm uma probabilidade 27% maior de criar valor no longo prazo em relação aos seus concorrentes.
O sócio fundador da Calina ainda destaca que, mais do que contratar as mulheres, a agência se organiza para que o ambiente de trabalho seja construído considerando todas as demandas. Isso inclui tanto estrutura, quanto desenho de carreira para as demandas específicas das mulheres, como é o caso da maternidade.
“Temos um grupo só de mulheres que se unem para criar ações direcionadas, pensar em planos de carreiras, treinamentos e eventos. A Calina acredita que não basta igualar o número de homens e mulheres. É preciso, também, ter um ambiente compatível para que elas se desenvolvam na empresa”, diz. De acordo com Palis, a meta da agência é chegar à equidade de gênero na equipe e estender essa cultura aos cargos de liderança.