Tenho certeza que todo mundo aqui, algum dia, já teve alguma preocupação na vida e sentiu como isso afetou seu desempenho profissional naquele dia. Algum familiar doente, dificuldades no relacionamento, problemas financeiros…aquela noite de sono (muito) mal dormida causam efeitos diretamente na nossa produtividade.
Partindo dessa percepção, as empresas estão cada dia mais preocupadas com outros ângulos da vida dos seus colaboradores. Notaram – com razão – que é impossível dissociar áreas da nossa vida. Saúde física e mental, relacionamentos, vida social, tudo isso tem que ser levado em conta no ambiente empresarial para muito além do lado profissional.
Ações especiais como setembro amarelo, novembro azul, outubro rosa, diversidade e inclusão, cultura, entre outros, tem tido bons resultados! Mas ainda é perceptível – na sociedade como um todo – o tabu de se falar sobre finanças…
Fala-se dos lucros da empresa, das metas de vendas, de bônus, de promoção e de reajuste salarial. Porém, seguimos sem falar da vida financeira pessoal dos colaboradores. E em um país onde a educação financeira é um privilégio de poucos, torna-se mais do que urgente abordar esse tema.
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, no Brasil, 78% das famílias tem dívidas a vencer e 11,6% não conseguiriam pagar as contas atrasadas. Além disso, 55% dos trabalhadores brasileiros gastam tudo o que recebem, ou mais, e 25% acumulam mais dívidas do que podiam pagar.
É perceptível que esse preocupante cenário não se restringe à vida pessoal de uma pessoa – que nesse momento está mais suscetível ao estresse, à insônia e a quadros depressivos – mas para uma empresa isso significa perda de produtividade, aumento de faltas, diminuição da qualidade do produto ou serviço entregue, entre outros prejuízos.
Não é à toa que o cientista comportamental americano Eldar Shafir criou a expressão “banda larga mental”. Para ele, as pessoas com muitos problemas financeiros têm tantas “abas de preocupação abertas” no cérebro que – como um computador – uma hora não aguentam mais e travam. O Sistema Cognitivo e a área de tomada de decisões ficam extremamente comprometidos, afetando não só as decisões financeiras, como todo poder de escolha em várias áreas da vida.
Como aquela que sentia até sintomas físicos como resultado de uma vida financeira em colapso, essa teoria da banda larga mental fez todo sentido!
Esse cenário é global, mas na área de atuação da maioria da comunidade ABCcom, que precisa tanto de processos criativos e inovadores, ter a saúde financeira em dia é fundamental para o processo.
Então hoje eu te convido, assim como tantos temas interessantes que temos visto nas empresas, a pensar na possibilidade de trazer o assunto finanças para a cultura empresarial. Disponibilizar contato no setor financeiro e abrir espaços para debates de boas práticas financeiras com especialistas no assunto, são ações com excelentes resultados.
Agências como a KB Comunicação e NewMind, além de empresas de outras áreas já tiveram suas palestras sobre organização financeira e hoje colhem os frutos de colaboradores mais conscientes do cuidado que temos que ter com nossas finanças.

De quem sabe o outro lado da moeda, mas aprendeu a ter uma boa relação com o dinheiro, me coloco a disposição para levar esse tema para sua empresa. Seja você empresário ou colaborador, leve essa demanda para as reuniões. Vamos aumentar a educação financeira no nosso país com pequenas e importantes ações! Será um prazer estar nesse processo com vocês!
Lupa Barros