Um espaço de aprendizagem em que todos aprendem com todos. Um local onde a afetividade, a criatividade e a capacidade crítica são valorizadas e as tecnologias de comunicação usadas para o desenvolvimento pessoal e o conhecimento da comunidade e da cultura local. Assim nasceu e se consolidou a Escola Comunitária de Comunicação, por onde já passaram mais de 130 jovens de 16 a 24 anos de escolas públicas e privadas, no bairro Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. A experiência concorre ao Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2017, na categoria Educação.
O bairro está entre os campeões em número de homicídios na capital paulistana e tem grande concentração de jovens. Para oferecer a eles oportunidades de crescimento pessoal, geração de renda e de contribuir com o desenvolvimento da comunidade, um grupo de jovens criou o projeto como uma ferramenta para a mobilização juvenil e transformação social.
A formação em produção comunicativa tem duração de três anos, sendo dividida em três ciclos. No primeiro ciclo, os jovens são estimulados a fazer uma pesquisa sobre o ambiente familiar, escolar e da comunidade local, por meio da metodologia investigação apreciativa. A partir daí, são desenvolvidas histórias adaptadas para quatro diferentes mídias: jornal, rádio, fotografia e vídeo. No segundo ciclo, os participantes são monitorados por profissionais de comunicação para exercitar os conceitos aprendidos de maneira prática. Na última fase, os estudantes passam a atuar na produtora do projeto, já como atividade profissional.
Leonardo Pereira dos Santos, iniciou sua experiência aos 16 anos e descobriu sua aptidão e habilidade para trabalhar com desenho pelo projeto. Agora, aos 20 anos, ele é diretor da Escola Comunitária. “É muito instigante ver as pessoas descobrindo que o próprio talento pode mudar muito as nossas comunidades.”
Nas cinco turmas formadas, os participantes produziram documentários sobre moradores de Campo Limpo, curtas-metragens, fanzines, exposições, blogs, rádio novela, telejornal e grafitagem de muro. Além disso, foram firmadas parcerias com organizações sociais como Projeto Arrastão, Periferia em Movimento, União Popular de Mulheres, Brechoteca, I Love Laje, Sarau do Binho, e espaços públicos como o Parque Santo Dias, Casa de Cultura do Campo Limpo e Subprefeitura.
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Prêmio
No total, 18 finalistas nas categorias nacionais e três na internacional concorrem ao Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. O evento de premiação será realizado em novembro. Entre as 735 inscritas neste ano, 173 foram certificadas e passaram a constar no Banco de Tecnologias Sociais (BTS), um acervo online gratuito mantido pela Fundação BB. Nesta edição, o concurso tem a cooperação da Unesco no Brasil e o apoio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), do Banco Mundial, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Visite a Escola Comunitária de Comunicação no BTS
Veja aqui a lista das finalistas do Prêmio
Veja aqui a lista das 173 certificadas
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